Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz

Depois de Bezerra de Menezes (2008), Chico Xavier (2010), Kardec (2019) e Divaldo (2019), a doutrina espírita volta à telona com a cinebiografia de José Pedro de Freitas, o Arigó. O mineiro de Congonhas do Campo é considerado o primeiro médium a incorporar o suposto espírito do médico alemão Dr. Fritz, que teria morrido durante a Primeira Guerra Mundial. Predestinado - Arigó e o Espírito do Dr. Fritz estreou forte no fim de semana e está na segunda posição do Top 10 nacional, com R$ 1,5 milhão de arrecadação.

Suas cirurgias espirituais atraíram a atenção do mundo entre as décadas de 1950 e 1960, tanto que o filme é inspirado no livro homônimo do jornalista e escritor norte-americano John G. Fuller, relançado no Brasil pela editora Pensamento. Em cena, quem dá corpo a Arigó é Danton Mello (Hebe- A Estrela do Brasil), que conta em entrevista exclusiva ao OQVER (veja o vídeo a seguir) que seu ceticismo foi posto em xeque durante a produção. “Eu fui a Minas para filmar e não voltei ao Rio de Janeiro até o final, porque não podia quebrar a energia daquilo que estava vivendo”, revela.

O comando é de Gustavo Fernandez, diretor-geral da novela Pantanal, da Rede Globo. No elenco estão ainda Juliana Paes como Arlete, a esposa do médium (veja entrevista com a atriz), além de Marcos Caruso, Alexandre Borges, Marco Ricca e João Signorelli,este último na pele de Chico Xavier. O enredo é investigativo, pois as polêmicas cirurgias passam a ser questionadas inclusive por pesquisadores e jornalistas do exterior. Arigó chegou a ser preso, acusado de charlatanismo.

O que toca mais em Predestinado é ver Danton Mello emocionado e emocionante na pele do homem simples, pai de família com pouco estudo, que se vê obrigado a abdicar de si mesmo para ser incorporado pelo espírito do Dr. Fritz. E a doação não é só dele, mas da esposa. Como o médium não recebia nenhum retorno financeiro com os atendimentos, Arlete sustentava a família como costureira - os seis filhos acompanharam as filmagens. Vale lembrar que após a morte de Arigó, em 1971, outros médiuns afirmaram encarnar o médico, cuja existência nunca foi comprovada.

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