quinta, 03 de julho de 2025
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Viúva Negra


Viúva Negra
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A Viúva Negra é a única mulher da formação original dos Vingadores e seu filme solo é uma celebração do Girl Power. A produção é de Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, mas quem comanda é a diretora australiana Cate Shortland, que no premiadíssimo Lore (2012) banhou de humanidade a travessia de uma jovem alemã e seus irmãos pequenos a um local seguro após a morte de Hitler. Não à toa, é um drama familiar que deflagra a trama deste que é o primeiro longa da Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel.

Viúva Negra

A principal linha temporal situa-se pouco depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil, mas Viúva Negra tem prólogo de filme de origem. É 1995 e a pequena Natasha Romanoff aparece em Ohio com a mãe Melina Vostokoff (Rachel Weisz, A Favorita) e a irmã caçula, Yelena Belova. A rotina caseira dura até a chegada do pai, Alexei (David Harbour, Hellboy), que dá o sinal de que é hora de partir, ou melhor, fugir. Essa estrutura familiar não tem laços de sangue e se desconstrói em uma perseguição em altíssima voltagem, que ao fim explica o destino sombrio de Natasha (Scarlett Johansson, História de um Casamento) e Yelena (Florence Pugh) como espiãs russas.

Viúva Negra

O treinamento na torturante Sala Vermelha, criação do maligno Dreykov (Ray Winstone, Rei dos Ladrões), fica a cargo da imaginação do espectador. A deserção de Natasha e a ação que lhe serve de passaporte de entrada na S.H.I.E.L.D. são retomadas rapidamente. A heroína está por conta própria e na mira do governo americano. A conspiração da vez vai obrigá-la a remexer no passado. O primeiro, e violento, reencontro é com Yelena. Florence Pugh roubou a cena em Adoráveis Mulheres e é a melhor surpresa de Viúva Negra. Sua Yelena é traumatizada pela dor do abandono, mas é destemida e tem um humor irônico que quebra uma certa rabugice de Natasha. É uma dupla autêntica, desenhada por uma diretora que arranca emoção nos diálogos mais simples. A sintonia na sororidade é a alma do filme.

Viúva Negra

A reunião familiar segue adiante com o retorno de Melina e Alexei, o Guardião Vermelho, uma espécie de Capitão América soviético decadente e bufão. O quarteto entra em um jogo dúbio de enfrentamento com Dreykov, que pode (ou não) ter um comparsa entre o clã. O roteiro junta as pontas entre passado e presente com criatividade, o que inclui a identidade do mascarado e mortífero Treinador, soldado moldado pela Sala Vermelha capaz de imitar todos os movimentos de seus inimigos.

Viúva Negra

Sob o olhar atento de Kevin Feig, a diretora Cate Shortland orquestra espetaculares sequências de ação. Há uma barriguinha narrativa, com um blá blá blá excessivo entre a família de espiões, mas não compromete. Sem poderes sobrenaturais e desprovida de apetrechos tecnológicos como alguns de seus colegas Vingadores, Natasha Romanoff é heroína no braço e na coragem. Viúva Negra soleniza o empoderamento com um elenco majoritariamente feminino, que vai à luta contra a opressão masculina representada por um vilão poderoso, mas que não conta com a astúcia de suas oponentes. Girl Power dos bons, dirigido por uma cineasta que cuida muito bem de seus personagens.




Trailer

Ficha Técnica

Título: Viúva Negra/Black Widow
Direção: Cate Shortland
Duração: 133 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2021
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz, David Harbour, Ray Winstone, Ever Anderson, William Hurt, Violet McGraw, Olga Kurylenko
Distribuição: Disney

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Suzana Uchôa Itiberê

Suzana Uchôa Itiberê

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Cinéfila incorrigível, jornalista de plantão, crítica de cinema (não muito) chatinha e editora caprichosa. Cria do jornal O Estado de S. Paulo, trabalhou nas revistas TVA, Set, Istoé Gente e foi cofundadora da revista Preview. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).