Hellboy

Conhecido por quem viu Hellboy (2004) e Hellboy: O Exército Dourado (2008), dirigidos por Guillermo del Toro, o bom filho de um demônio, nascido nos quadrinhos de Mike Mignola, há 25 anos, está de volta. A diferença é que, agora, a ideia é recomeçar do zero, apresentando as origens do gigante vermelho para um novo público e, claro, reapresentando para o mais antigo. E este, sempre, será o grande desafio de quem se aventura em relançar uma obra/personagem já conhecidos, pois a "maldição da comparação" é real e pode, muitas vezes, ser injusta. Contudo, o julgamento final é sempre do espectador.

Na era do Rei Arthur, Nimue (Milla Jovovich) era um bruxa poderosa e promoveu um verdadeiro caos na Terra. Derrotada pelos Cavaleiros da Távola Redonda, mas impossível de ser morta, recebeu como punição a separação de seu corpo em partes, enterradas em lugares distantes e secretos. Séculos depois, um plano de resgate de Nimue parece em andamento e Hellboy (David Harbour) é acionado pela agência secreta B.R.P.D., que protege o mundo das forças ocultas. Começa, então, uma verdadeira epopeia de combates contra bizarras criaturas das trevas. Hellboy usa a poderosa mão direita da perdição, a arma especial de grosso calibre, e ainda conta com a ajuda dos parceiros Alice Monaghan (Sasha Lane, de O Mau Exemplo de Cameron Post) e Ben Damio (Daniel Dae Kim, da série Lost). O que ele não sabe, é que seu passado se torna cada vez mais presente e perigoso durante a nova missão.

Pilotado por Neil Marshall (O Abismo do Medo), Hellboy tem visual impactante e cenas sangrentas, flertando com o subgênero gore. Com boa maquiagem, figurino e trilha sonora eclética, singrando pelo clássico de Beethoven até o rock do Scorpions, o ritmo é frenético. O ponto fraco, no entanto, é o roteiro. Longo e confuso, apresenta muito e não se aprofunda em nada, tirando a força da obra, visivelmente inspirada nos quadrinhos The Wild Hunt (não publicados no Brasil), que revelam a ligação do personagem com o Rei Arthur e a mítica espada Excalibur. Acrescente na fórmula nazistas e antigos desafetos, como uma lendária bruxa, e a bagunça está completa. E aí é aquilo... Hellboy pode ser “à prova de fogo”, mas “vermelho significa pare” e se o público embarcar nessa opinião, o resultado pode ir para a bacia das almas.

Ficha Técnica

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