domingo, 01 de junho de 2025
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King Richard: Criando Campeãs


King Richard: Criando Campeãs
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Will Smith quer o Oscar. Ele já concorreu por Ali (2001) e À Procura da Felicidade (2006). Com King Richard: Criando Campeãs aposta novamente em uma história real. É uma grande atuação, centrada no olhar, mas é cedo para cravar a indicação porque a disputa de 2022 vai ser acirrada. O filme narra o início da ascensão das irmãs Venus e Serena Williams ao Olimpo do tênis. O protagonista, no entanto, é o pai delas, Richard Williams, figura polêmica que ganhou fama por desenhar um plano de carreira para as filhas e segui-lo à risca até alcançar o objetivo. O Richard em cena é um sujeito calejado pelos desafios de ser pobre e negro em um país assombrado pela Ku Klux Klan, pela violência policial e por uma Justiça impregnada de racismo. Diz ter apanhado não só da vida, mas das pessoas, inclusive da própria comunidade. Will Smith o interpreta como um homem ressentido, arrogante, rígido e, acima de tudo, obstinado. Mas também como um pai amoroso, dedicado e protetor.

King Richard: Criando Campeãs

O filme estreou nos EUA envolto em polêmica. Sabrina Williams, filha mais velha de Richard e meia-irmã das tenistas, chamou de ultrajante o king (rei) do título. Em desabafo público, atacou o roteiro por romantizar o personagem e ignorar o fato de o pai ter abandonado sem aviso sua mãe e seus quatro irmãos. Oracene (Aunjanue Ellis, Se a Rua Beale Falasse), mãe de Venus e Serena, com quem Richard casou-se em 1980, é a segunda das três esposas. A presença das tenistas nos créditos, como produtoras executivas, explica a ausência de “podres” do patriarca na trama. Lavação de roupa suja à parte, King Richard tem apelo social e emocional, e mesmo quem conhece a gloriosa carreira das irmãs nas quadras vai se encantar com a união da dupla fora delas.

King Richard: Criando Campeãs

O diretor Reinaldo Marcus Green (Monstros e Homens) segue a cartilha do drama inspiracional, e Will Smith entra na dança de corpo e alma. Richard não apenas gerenciou as filhas. Era ele quem as treinava exaustivamente nas quadras públicas de Compton, cidade ao sul da Califórnia com população majoritariamente negra, altíssimos índices de criminalidade e famosa como “berço do rap”. O assédio de gângsters está na tela, assim como a vizinha arredia que o denuncia por maus tratos contra as garotas. Richard sabia, porém, que pior do que manejar o ambiente nocivo em que viviam era desbravar o universo branco e elitizado do tênis mundial. Não lhe faltou audácia.

King Richard: Criando Campeãs

Também destaques do elenco, Jon Bernthal (Aqueles Que Me Desejam a Morte) e Tony Goldwyn (O Melhor Presente é o Amor) marcam presença como os técnicos responsáveis pelo treinamento das Williams na juventude. Sem perder a essência de filme esportivo, King Richard tem sequências bem orquestradas das meninas jogando. Selecionadas entre centenas de candidatas, Saniyya Sidney e Demi Singleton, que interpretam respectivamente Venus e Serena, esbanjam muito mais que carisma. Elas foram treinadas para jogar segundo o método que transformou as Williams em gigantes do tênis. A recriação da partida de Venus contra Arantxa Sánchez no US Open de 1998 é de tirar o fôlego.




Trailer

Ficha Técnica

Título: King Richard: Criando Campeãs/King Richard
Direção: Reinaldo Marcus Green
Duração: 144 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2021
Elenco: Will Smith, Demi Singleton, Saniyya Sidney, Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Tony Goldwyn
Distribuição: Warner Bros.

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Suzana Uchôa Itiberê

Suzana Uchôa Itiberê

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Cinéfila incorrigível, jornalista de plantão, crítica de cinema (não muito) chatinha e editora caprichosa. Cria do jornal O Estado de S. Paulo, trabalhou nas revistas TVA, Set, Istoé Gente e foi cofundadora da revista Preview. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).