Aqueles Que Me Desejam a Morte

Angelina Jolie (Malévola) é o grande chamariz de Aqueles Que Me Desejam a Morte, uma mescla de drama e ação que começa com um grande incêndio florestal em Montana. Ela é Hannah, a líder de um grupo de bombeiros que perde um membro durante uma virada inesperada do vento, e se culpa por não conseguir salvar três meninos. Seu destino vai cruzar com o de Connor (o ótimo Finn Little, Amigos para Sempre), garoto de seus 12 anos que perdeu a mãe para o câncer e escapa de ser morto junto ao pai (Jake Weber, Midway – Batalha em Alto-Mar), um contador que descobriu alguma falcatrua de gente graúda.

A carta incriminadora que deixa com o filho pouco antes de morrer coloca Connor no alvo da dupla de assassinos formada por Nicholas Hoult (Tolkien) e Aidan Gillen (Bohemian Rhapsody). A perseguição é mero pretexto para unir os protagonistas. Abalada psicologicamente, Hannah é afastada da ação e fica encarregada do monitoramento em uma das torres de vigia. É dali que vê Connor machucado e desamparado. Depois de ouvir a história do menino, ela mesma admite não ter o direito de sentir pena de si mesma por sua tragédia pessoal.

Aqueles Que Me Desejam a Morte é a adaptação do livro homônimo de Michael Koryta, escrita pelo próprio autor em parceria com o diretor Taylor Sheridan (diretor de Terra Selvagem e indicado ao Oscar pelo roteiro de A Qualquer Custo) e Charles Leavitt (No Coração do Mar). Sheridan ergue o filme em um tripé dramático: uma história de sobrevivência, amadurecimento e redenção. A floresta é cenário e personagem. Ora abriga a dupla central, ora torna-se um inferno quando consumida pelas chamas. A equipe de produção queria realismo, e recriou uma floresta no deserto para rodar as impressionantes sequências de incêndio.

Mesmo magrinha e pouco musculosa, Angelina Jolie nunca negou fogo em cenas de ação – vide Salt e O Procurado –, e aqui ela salta de paraquedas, luta, apanha e ataca com uma machadinha. Aqueles Que Me Desejam a Morte tem produção caprichada e elenco estelar, mas não passa do mediano com personagens unilaterais e enredo previsível. O que há de melhor é o encontro de dois seres machucados pela vida. Mãe de seis filhos, a atriz deixa seu instinto materno banhar a relação entre Hannah e Connor. A emoção está no olhar, dela e dele, e acaba contagiando a gente do outro lado da tela.

Ficha Técnica

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