Tropa Zero

A roteirista Lucy Alibar recebeu uma indicação ao Oscar por Indomável Sonhadora (2013), que deu a Quvenzhané Wallis a indicação ao Oscar e o recorde de ser a atriz mais jovem a participar da disputada categoria. Para escrever o roteiro de Tropa Zero, Lucy inspirou-se em história real. Em 1977, as sondas espaciais Voyager 1 e 2 foram lançadas ao espaço com dois Discos Dourados, nos quais foram gravadas informações, imagens, músicas e saudações para um eventual contato com habitantes de outros planetas. O projeto foi realizado pela NASA, agência espacial norte-americana.

Numa pequena cidade do Estado da Georgia, a garotinha Christmas (Mckenna Grace, Um Laço de Amor) passa as noites numa “base espacial” improvisada tentando se comunicar com extraterrestres. Foi sua mãe quem lhe deixou essa esperança antes de morrer precocemente. Desde então, Christmas tem incontinência urinária nervosa, o que lhe torna alvo de bullying na escola. Seu pai (Jim Gaffigan), apesar de carinhoso, não consegue dar conta da casa onde funciona seu escritório de advocacia, mas a secretária dele, Miss Rayleen (Viola Davis, As Viúvas), apesar de durona, faz o que pode para ajudar, inclusive cuidar de Christmas.

Até que um belo dia surge na cidade um engenheiro da NASA que propõe às escolas da região uma competição para escolher quem vai gravar uma mensagem no Disco Dourado da Voyager. O então presidente Jimmy Carter, nascido na Georgia, quer um representante de seu Estado nas gravações. Christmas fica animadíssima e monta seu próprio grupo de Escoteiras Birdie, com os “párias” da escola, sob a guarda de Miss Rayleen e os protestos da esnobe diretora, Miss Massey (Allison Janney, Má Educação). Quem ganhar o concurso de dança anual das escoteiras, ganha o disputado microfone.

Tropa Zero tem um argumento promissor, a revelação Mckenna Grace, a incrível Viola Davis, de cabelo black power e sua tradicional força em cena, e Allison Janney caprichando no sotaque e na impostação da guardiã dos bons costumes. A mensagem contra preconceitos ganha uma versão infantil palatável, apesar da escatologia desnecessária, bem ao gosto do pastelão hollywoodiano. Transformar o garoto gay Joseph (Charlie Shotwell) em fã de David Bowie deu uma cor especial à trilha sonora. É uma pena que a soma dessas (boas) partes não resultem num filme à altura, porque a dupla de diretoras Bert & Bertie não se deu ao trabalho de burilar o roteiro simplório, apesar de bem-intencionado.

Ficha Técnica

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