O Grande Ivan

Lançado diretamente em streaming, O Grande Ivan é um clássico filme da Disney, indicado ao Oscar de Efeitos Visuais. Só o fato de competir na categoria com Mulan, também da Disney, O Céu da Meia-Noite, Tenet e o azarão Amor e Monstros, já indica a qualidade dos recursos à disposição da diretora Thea Sharrock (Como Eu Era Antes de Você) para criar o simpático gorila Ivan e sua trupe de amigos, totalmente em CGI (imagens geradas por computador).

Há 20 anos, o gorila é a atração principal de um pequeno circo, que por sua vez é a atração principal para as crianças do pequeno shopping Big Top Mall. Ivan finge ser assustador e perigoso, mas na verdade é cordial e amoroso. Só que o circo não anda bem, para desgosto e desespero de Mack (Bryan Cranston, A Melhor Escolha), seu dono e apresentador. É Ruby, a graciosa filhote de elefante recém-chegada, comprada de um grande circo que fechou as portas por uma pechincha, que reconquista o público, o ganha-pão de Mack e o pão dos animais.

A questão é que Ivan prometeu a Stella, a elefante sábia e sua melhor amiga, em seu “leito de morte”, que libertaria Ruby da vida de cativeiro e a levaria para a natureza. A aventura da fuga começa com o roubo de uma chave e inclui não só Ivan e Ruby, mas a galinha Henrietta, a foca Frankie, o coelho Murphy, e o vira-lata Bob. Inspirado no livro homônimo de Katherine Applegate, baseado em fatos, o filme termina com imagens do verdadeiro Ivan, o gorila pintor, que nasceu em algum lugar da África em 1962 e foi levado ainda bebê para os Estados Unidos para viver como animal de estimação de uma família. Com 3 anos, tornou-se a atração principal de um shopping center de Tacoma, em Washington, e lá ficou por 27 anos.

A história é tocante, e um argumento poderoso na campanha contra o cativeiro e pelos direitos dos animais, que o filme elucida e apoia. Para esse efeito, é decisivo o impressionante trabalho dos efeitos visuais em dar vida aos animais, mas grande parte do mérito é do primoroso trabalho de dublagem de Sam Rockwell (Jojo Rabbit) como Ivan, Danny Devito (Dumbo) como Bob, Angelina Jolie (Malévola) como Stella, Helen Mirren (A Grande Mentira) como a poodle Snickers, a cantora Chaka Khan como a galinha Henrietta, e por aí vai.

É bem verdade que a diretora Thea Sharrock harmoniza a convivência na tela de humanos, animais e seus respectivos mundos. Mais ainda, que ela usa a simpatia e a empatia de ambos, a ótima trilha sonora e a mensagem edificante para compensar escorregões do roteiro. Mas quando os primeiros acordes da canção “Free”, de Diane Warren (indicada ao Oscar 2021 pela canção original de Rosa e Momo) dão início aos créditos finais, pais e filhos, juntos, vão sorrir. E pensar melhor sobre o próximo bichinho de estimação da família.

Ficha Técnica

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