Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Triângulo da Tristeza, do sueco Ruben Östlund, abriu a 46ª Mostra Internacional de Cinema na quarta-feira, dia 19, em exibição para convidados na Cinemateca Brasileira. Outras sessões do filme estão programadas no evento, que segue até 2 de novembro. Durante duas semanas, as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil vão apresentar 223 títulos, de 60 países, em circuito de salas de cinemas e espaços abertos da cidade de São Paulo. As plataformas Sesc Digital e Spcine Play vão dar acesso gratuito a 10 e sete títulos, respectivamente, selecionados pela curadoria. Para os cinéfilos, é hora de se programar para não perder as maiores atrações.
Östlund já tinha outra Palma em Cannes por The Square: A Arte da Discórdia (2017) e investe no humor sarcástico para fazer nova crítica social. Na trama, um casal de modelos e influenciadores é convidado para viajar num cruzeiro de luxo, ao lado de gente rica e extravagante. A bordo está um oligarca russo, um traficante de armas inglês e o capitão da embarcação, comunista e alcoólico. Uma catástrofe deixa parte da trupe isolada em uma ilha deserta, onde hierarquia e valores serão testados ao limite. Também da Croisette vem o ganhador do Prêmio do Júri, As Oito Montanhas, uma história de amizade com o astro italiano Luca Marinelli. Já o longa Mais que Nunca, da Mostra Um Certo Olhar, traz o ator Gaspard Ulliel em seu penúltimo projeto antes de sua morte precoce em janeiro deste ano, em acidente de esqui.
Do Festival de Veneza, a Mostra SP traz Bardo - Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñarritu, Sem Ursos, de Jafar Panahi, e Terceira Guerra Mundial, do iraniano Houman Seyyedi, que levou troféus de Melhor Filme e Melhor Ator na seção Horizontes. Dos premiados em Berlim, estão confirmados Alcarrás, da espanhola Carla Simón, Urso de Ouro de Melhor Filme, O Filme da Escritora, de Hong Sang-so, vencedor do Urso de Prata de Grande Prêmio do Júri, e o novo de Claire Denis, Com Amor e Fúria, Urso de Prata de Melhor Direção. Carla Simón formou elenco de amadores para retratar a última colheita de uma família de agricultores catalães, enquanto o cultuado diretor sul-coreano trava nova parceria com sua diva, Kim Min-hee, na pele de uma novelista que tenta convencer uma atriz a fazer um filme com ela. Já Claire Denis reúne Juliette Binoche, Vincent Lindon Grégoire Colin em um triângulo amoroso.
O Prêmio Leon Cakoff da 46ª Mostra homenageia a cantora e atriz Doris Monteiro, protagonista de Agulha no Palheiro (1953), de Alex Vianny. Restaurado pela Cinemateca Brasileira, o filme será projetado na instituição. O Prêmio Humanidade será entregue à diretora Ana Carolina, durante a apresentação especial de seus filmes Mar de Rosas, Das Tripas Coração, Sonho de Valsa e Paixões Recorrentes. Há honraria também ao cineasta Jean-Luc Godard, morto há pouco mais de um mês, com o documentário Até Sexta, Robinson, de Mitra Farahani, que condensa um diálogo de 29 semanas entre o diretor franco-suíço e o cineasta e escritor iraniano Ebrahim Golestam. Já a celebração do saudoso Arnaldo Jabor será com a exibição do clássico Eu Te Amo (1981).
Na Mostra Brasil, destaque para A Noiva. É a première nacional do filme após exibição na Mostra Horizontes do Festival de Veneza. No domingo, dia 23, a sessão terá a presença do diretor, Sérgio Tréfaut. O drama acompanha a jornada de uma jovem europeia que se une a um grupo de guerrilheiros e se torna uma noiva da Jihad. Vencedor do Festival de Vitória, e prêmios de Melhor Atriz e Direção em Gramado, A Mãe traz Marcélia Cartaxo dirigida por Cristiano Burlan, como uma mulher que procura o filho que pode ter sido assassinado por policiais militares durante uma ação na vila onde moram. Também de Gramado vem Noites Alienígenas, de Sérgio Carvalho, laureado com 5 Kikitos, entre eles o de Melhor Filme. A trama de realismo fantástico aborda o impacto da chegada das facções criminosas do sudeste do Brasil à Amazônia, pelo drama de três amigos de infância.
O cartaz da 46ª Mostra é assinado pelo muralista Eduardo Kobra, que deu o título Volte a Sonhar à arte. Segundo a divulgação, a imagem da garota com a cidade de São Paulo no horizonte e em conexão com a imagem do filme A Viagem à lua, de Georges Méliès, realizado há 120 anos, simboliza que o cinema pode abrir horizontes em lugares inimagináveis e nos levar ao universo dos sonhos, onde diferentes perspectivas se abrem para a fantasia e a criatividade. Kobra também é personagem do documentário Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie, que integra a seleção. Confira a programação completa no site https://46.mostra.org/ e baixe o aplicativo Mostra Internacional de Cinema (46ª Mostra) para a aquisição de pacotes de ingressos das sessões presenciais, agenda de programação de títulos escolhidos, reserva de ingressos para credenciados e compra de ingressos individuais.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: Mostra SP 22: 223 filmes de 60 paÃses
Direção: Renata de Almeida
Duração: 0 minutos
PaÃs de Produção/Ano: Brasil, 2022
Elenco: vários
Distribuição: Mostra SP