Deslize

Se você é fã de Noah Centineo, e só nesse caso, vale a pena dar uma olhadinha em Deslize, antes de o ator chegar às telonas com o revitalizado As Panteras. A Netflix, berço do jovem astro do streaming, guardou estrategicamente esse trabalho para o final da considerável sequência de sucessos de Centineo, para não comprometer a trajetória ascendente do ator como o queridinho das garotas. OQVER já havia, inclusive, reunido as comédias Para Todos os Garotos que Já Amei, Sierra Burgess é uma Loser e O Date Perfeito em uma Lista especial.

A obscura Ann Deborah Fishman, que assina a produção, o roteiro e a direção de Deslize, passou longe de acertar a mão em todas as muitas funções que desempenhou. Deixou bem pouco espaço para o elenco, dedicado e aplicado, colaborar para um resultado menos catastrófico. Isso sem mencionar os enquadramentos sofríveis, amadores algumas vezes. O argumento sobre aplicativos de romances virtuais e sua (quase sempre) banalização afetiva e sexual dos relacionamentos, neste caso de jovens universitários, ganhou roteiro superficial, sexista e até desrespeitoso. Chamar de clichê os personagens, as situações vividas por eles, e mesmo o filme, seria um elogio, porque alguns clichês, bem encenados, podem servir ao propósito da narrativa.

Mas é muito difícil “dar um like” na história do calouro nerd James (Kendall Ryan Sanders), prodígio da programação desde a infância, que aceita criar o aplicativo perfeito para “dates”, segundo as especificações machistas do mulherengo Lance (Centineo), e seus dois amigos capachos. James cede ao plano com a esperança de conquistar Hannah (Shelby Wulfert), o amor da sua adolescência, que ele reencontra na faculdade. É só o começo.  

A ideia de contrapor personagens maduros, como os avós de James e a mãe dele, para trazer referências de como se vivia romanticamente na época deles, ou o pai de Lance, para mostrar que o garoto puxou o pai na inconsequência amorosa, ainda que simpática, tem resultados desastrosos. Mas Noah Centineo, mesmo no papel do “date” mais imperfeito possível – e usando um figurino, no mínimo, estranho –, consegue pelo menos não ser mais um dos muitos equívocos do filme. Haja simpatia.

Ficha Técnica

Assista Agora!