De Quem é o Sutiã?

Não é todo mundo que vai embarcar nesse filme sem diálogos do diretor alemão Veit Helmer, mas De Quem é o Sutiã? é uma sessão para nostálgicos de um cinema singelo e inocente, sobre o mais universal dos temas: o amor. O solitário maquinista Nurlan (Predrag “Miki” Manojlovic) está prestes a se aposentar. Sua rotina é observar pela janela a vida nas cidadelas por que passa. Em uma delas, os moradores usam os trilhos como espaço útil. Vê-se ali mesas de jogos, crianças brincando e até varais cheios de roupas.

Quando o trem se aproxima, um garotinho sai apitando freneticamente e provoca a correria da população para tirar suas coisas e evitar atropelamento. É numa dessas passagens arriscadas que um sutiã se enrosca no vagão. Nurlan coloca na cabeça que a dona do sutiã é a sua Cinderela, e começa a perambular pelas casas para ver em que seio ele se encaixa com perfeição. Algumas mulheres lhe batem a porta na cara, claro, mas outras não só se dispõem a experimentar a peça, como fazem de tudo para ela servir.

Humor e lirismo dão o tom dessa dinâmica inusitada. É bem verdade, porém, que a busca logo se torna repetitiva. Um amigo crítico comentou, com razão, que De Quem é o Sutiã? seria melhor como curta-metragem. A presença da espanhola Paz Vega (Rambo: Até o Fim) e do francês Denis Lavant (A Revolução em Paris) geram interesse, e o desfecho desvia com doçura do previsível. 

Ficha Técnica

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