segunda, 01 de setembro de 2025
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Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos


Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos
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Vencedor do Prêmio Especial do Júri da mostra Um Certo Olhar, em Cannes, Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos é um drama belíssimo que se coloca entre dois mundos, dois tempos, duas culturas e faz uma ponte entre eles. No Festival de Cinema do Rio, o filme ganhou dois merecidos prêmios, o Troféu Redentor de melhor direção (João Salaviza, Renée Nader Messora) e melhor fotografia (Renée Nader Messora).

O jovem Ihjãc, já casado e pai de um filho, mora na aldeia Pedra Branca, no Tocantins. A preparação do ritual de despedida do pai falecido e a rejeição de Ihjãc ao chamado para se tornar pajé são os dois principais arcos narrativos do filme, em torno dos quais muito acontece e muito se revela. A cultura, o modo de vida e as tradições dos Krahô são filmados em ritmo de contemplação, com respeito à natureza, grandes planos, abertos, esteticamente compostos, reverentes. Quando Ihjãc vai para a pequena Itacajá em busca de atendimento médico e para fugir do chamado espiritual, o registro é quase documental, com a aceleração, o barulho e o comércio típicos do urbano.

Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos

Com uma câmera 16mm, equipe mínima, o casal Salaviza (Montanha) e Messora, que assina o roteiro, a direção, a produção, a montagem, prova que bom cinema também pode ser feito com recursos modestos, uma história belíssima, um propósito e, sobretudo, o domínio da linguagem cinematográfica. Messora, que estreia na codireção, conheceu os Krahô em 2009, e tem colaborado na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas na comunidade, o Grupo Mentuwajê Guardiões da Cultura.

Na apresentação do filme em Cannes, diretores e atores fizeram um protesto pela demarcação das terras indígenas. Seu delicado filme é um grito lancinante, estético e cultural pela preservação do povo Krahô e da população e cultura indígenas que nos antecederam na moradia e salvaguarda do nosso país, dos quais deveríamos ser guardiões, em vez de predadores. Assim, aponta também, obra de arte autêntica, para os destinos que o modo de vida contemporâneo pode nos levar.

Confira a seguir nossa entrevista com os cineastas. 




Trailer

Ficha Técnica

Título: Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora
Duração: 114 minutos

País de Produção/Ano: Brasil/Portugal, 2018
Elenco: Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô e os habitantes da aldeia Pedra Branca -Terra Indígena Krahô
Distribuição: Embaúba Filmes

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Fátima Gigliotti

Fátima Gigliotti

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Cinéfila incorrigível, jornalista, editora, professora (não muito), crítica (chatinha) de cinema e audiovisual. Trabalhou no jornal A Folha de São Paulo, na coleção Cinemateca Veja, nas revistas TVA, Ver Vídeo, Set, Querida e Preview.