quarta, 16 de julho de 2025
Streaming Ação Drama

A Mulher Rei


A Mulher Rei
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Em passagem relâmpago pelo Rio de Janeiro para divulgar A Mulher Rei, em 2022, Viola Davis visitou o Cristo Redentor, falou com a imprensa, jantou com celebridades negras e assistiu a show de samba na quadra da Mangueira. Arriscou-se no tamborim, porque remelexo que é bom deixou para as passistas. Mas o que a estrela de 57 anos faz com seu corpo como a general Nanisca é fora de série. A personagem é fictícia, porém as Agojies entraram para a história como a tropa de elite feminina que defendeu o Reino de Daomé, na África Ocidental. Vale espiar no YouTube imagens do verdadeiro exército.

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As guerreiras servem ao jovem rei Ghezo (John Boyega), mas não integram seu harém. Proibidas de casar e ter filhos, elas vivem para a guerra. O filme começa em 1823, com Nanisca à frente do ataque surpresa que liberta escravos que seriam vendidos pelo império Oyo, liderado por Oba (Jimmy Odukoya), principal adversário político dos Daomés. Com o resgate, ela quer convencer Ghezo a substituir o tráfico de escravos por um caminho alternativo para a prosperidade.

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Nanisca é um vulcão de mulher. Bruta, sim, porque brutalizada pela vida e pelos homens, mas também frágil por escolhas brutais que se obrigou a fazer. Segredos serão desvendados nesse misto de drama e ação, a partir de eventos que ocorrem fora dos muros do palácio. Na aldeia próxima vive Nawi (Thuso Mbedu), garota de personalidade forte que revida o tapa do homem a quem seu pai adotivo quer entregá-la em casamento. Solução: deixá-la aos cuidados das Agojies. Sua tutora será a exuberante tenente Izogie (Lashana Lynch).

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Na área portuária encontramos Santo (Hero Fiennes Tiffin) e Malik (Jordan Bolger), dois brasileiros negociadores de escravos, o primeiro de ascendência portuguesa, o outro de mãe Daomé. Com Nawi, representam uma nova geração inconsciente das consequências do tráfico de escravos africanos na geografia mundial. A tensão entre os reis Ghezo e Oba alcança o pico na etapa final. As ações de Nanisca e seu esquadrão ganham dimensão ritualística em meio a violência. Compará-las aos super-heróis de Pantera Negra é diminuir seu valor histórico.

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Mais de 6 mil africanas foram Agojies entre os séculos 17 e 19. Temidas e respeitadas, não podiam ser encaradas nos olhos. A diretora Gina Prince-Bythewood transformou Charlize Theron em guerreira imortal em The Old Guard, da Netflix, mas aqui o realismo impera. Dublês foram dispensados pelo elenco em 90% das cenas de batalha. A ferocidade das atrizes arranca arrepios. Há mensagens e símbolos em cada facada e cabeça cortada do inimigo.

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Quatro vezes indicada ao Oscar e vencedora como atriz coadjuvante por Um Limite Entre Nós (2016), em que contracena e é dirigida por Denzel Washington, Viola Davis tem sido uma das vozes que clamam por mais protagonistas para atrizes negras. “Busco personagens complexas que exijam que eu as construa com a solidez de um edifício”, disse em entrevista. Em A Mulher Rei ela ergue um arranha-céu.




Trailer

Ficha Técnica

Título: A Mulher Rei/The Woman King
Direção: Gina Prince-Bythewood
Duração: 135 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2022
Elenco: Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch, John Boyega, Hero Fiennes Tiffin, Jimmy Odukoya, Sheila Atim
Distribuição: Sony Pictures

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Suzana Uchôa Itiberê

Suzana Uchôa Itiberê

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Cinéfila incorrigível, jornalista de plantão, crítica de cinema (não muito) chatinha e editora caprichosa. Cria do jornal O Estado de S. Paulo, trabalhou nas revistas TVA, Set, Istoé Gente e foi cofundadora da revista Preview. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).