The Old Guard

The Old Guard nasce com um pé na continuação, tamanha a avalanche de informações despejadas sobre o espectador na adaptação dos quadrinhos de Greg Rucka e Leandro Fernandez, sobre um grupo de guerreiros imortais. A líder é a “anciã” Andy (Charlize Theron), na ativa desde a Grécia Antiga. A seu lado estão Joe (Marwan Kenzari, Aladdin) e Nicky (Luca Marinelli, Martin Eden), que se apaixonaram como inimigos durante as Cruzadas, e o solitário Booker (Matthias Schoenaerts, Kursk – A Última Missão).

A trama abre em Marrocos, onde são contratados como mercenários por um tal Copley (Chiwetel Ejiofor, O Menino Que Descobriu o Vento), mas o suposto resgate de crianças sequestradas é uma armadilha. Enquanto o quarteto se livra do inimigo, a militar Nile (Kiki Layne, Se a Rua Beale Falasse) morre no Afeganistão, só que não. De alguma forma, os outros têm visões da nova imortal e Andy vai atrás da jovem, que “está desprotegida”. Ainda hesitante diante da imortalidade, Nile terá de salvar os novos amigos das garras de um magnata da indústria farmacêutica (Harry Melling), que está atrás do elixir da longevidade.

Não é de hoje que Charlize Theron tem acumulado a função de produtora. Desde Monster: Desejo Assassino, pelo qual ganhou o Oscar 2004 de melhor atriz, a estrela sul-africana segura as rédeas da própria carreira para viabilizar e moldar a seu gosto projetos como Atômica, Casal Improvável e O Escândalo. The Old Guard é o primeiro produto para a Netflix e, pode apostar, não será o último. Entre lutas bem coreografadas, perseguições e tiroteios, o passado de Andy começa a vir à tona, e com ele a história de outros imortais. Um deles morreu (?) e outra era uma companheira de batalhas cuja captura foi traumática e assombra a protagonista até os dias de hoje.

A diretora Gina Prince-Bythewood (A Vida Secreta das Abelhas) ainda encontra tempo para uma quietude existencialista, momentos em que seus heróis refletem sobre família, amores e luto nessa jornada aparentemente sem fim. Através do pseudovilão Copley, sabemos o quanto a presença dos imortais no mundo deu sobrevida à pessoas que fizeram diferença nas mais diversas áreas, da medicina à tecnologia. Mas tanto essa nobreza moral quanto a origem e a morte desses seres único permanecem um mistério. O roteiro é escrito pelo próprio cocriador dos quadrinhos, Greg Rucka, que faz questão de deixar lacunas abertas que justifiquem a continuação. A reveladora cena no início dos créditos finais é um gatilho e tanto.

Ficha Técnica

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