domingo, 19 de maio de 2024
Cinema Drama Thriller

A Filha do Rei do Pântano


A Filha do Rei do Pântano
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Quem não leu o best-seller homônimo de Karen Dionne pode se encantar com a sintonia entre pai e filha no idílico início de A Filha do Rei do Pântano. Acompanhamos a rotina aventuresca da adolescente Helena e seu pai, Jacob (Ben Mendelsohn), que vivem em uma cabana isolada nos pântanos de Michigam. Ele a ensina a caçar, a entender os sinais da natureza, do balançar das árvores, do comportamento das presas. Essa forte ligação parece desagradar a jovem matriarca (Caren Pistorius), claramente incomodada com aquele estilo de vida. Há algo sombrio nessa família. A explicação vem logo e é chocante. Helena nasceu no cativeiro da mãe, sequestrada há 12 anos por esse homem que se torna conhecido como Rei do Pântano.

A Filha do Rei do Pântano

É só o início de uma mescla não muito equilibrada entre thriller e drama familiar, que envolve e aflige, mas às vezes entedia. Interpretada na primeira fase pela carismática Brooklynn Prince, de Projeto Flórida (2017), Helena ganha estofo dramático na pele de Daisy Ridley quando a trama avança vinte anos. A estrela britânica revigorou a saga Star Wars como a heroína Rey da nova trilogia: O Despertar da Força (2015), Os Últimos Jedi (2017) e A Ascensão Skywalker (2019). É outro lado negro da Força que enfrenta como a filha do Rei do Pântano: o próprio pai, que foge da prisão. Agora adulta, mãe e bem-casada com Stephen (Garrett Hedlund), ela se vê ameaçada por um passado mantido em segredo.

A Filha do Rei do Pântano

O acerto de contas é comandado por Neil Burger, que mostrou pulso firme como diretor do primeiro capítulo da saga Divergente (2014), acertou no mistério de O Ilusionista (2006) e na comoção de Amigos para Sempre (2017). Desta vez, porém, tem dificuldade em dimensionar o drama dessa mulher que, aos poucos, resgata memórias que revelam que a convivência com o pai, ao qual era tão apegada, estava longe de ser sadia. Sem o filtro da inocência, Helena cai na real e mune-se das habilidades aprendidas com ele para o inevitável cara a cara no pântano onde tudo começou.

A Filha do Rei do Pântano

Brooklynn, Daisy e Mendelsohn respondem pelas melhores sequências, nas duas etapas da relação entre pai e filha. Falta entrosamento e emoção entre a protagonista e o marido, e pouco se explora as razões de seu afastamento da mãe - no fim das contas, a maior vítima do abusador. Nesse sentido, da vida pós-trauma de cativeiro, O Quarto de Jack (2015), que deu o Oscar de melhor atriz a Brie Larson, é muito superior. Como adaptação literária, The Marsh King's Daughter (título original) sofre para condensar o romance, mas não deixa de ser um bom filme.  




Trailer

Ficha Técnica

Título: A Filha do Rei do Pântano / The Marsh Kings Daughter
Direção: Neil Burger
Duração: 108 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2023
Elenco: Daisy Ridley, Ben Mendelsohn, Brooklynn Prince, Garrett Hedlund, Caren Postorius, Gil Birmingham
Distribuição: Diamond Films

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Suzana Uchôa Itiberê

Suzana Uchôa Itiberê

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Cinéfila incorrigível, jornalista de plantão, crítica de cinema (não muito) chatinha e editora caprichosa. Cria do jornal O Estado de S. Paulo, trabalhou nas revistas TVA, Set, Istoé Gente e foi cofundadora da revista Preview. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).

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