Annie, a personagem de Toni Collette, trabalha com miniaturas e maquetes por encomenda. Seu hobby é recriar cenas cotidianas, como a que abre o filme, com o marido, Steve (Gabriel Byrne), acordando o filho adolescente, Peter (Steve Wolff). O casal tem ainda Charlie (Milly Shapiro), uma garota estranha, retraída, e a mais abalada pela recente morte da avó.
Esse cenário de luto ganha ares sobrenaturais pelas visões que a neta tem da matriarca, uma mulher controladora que deixou um legado de traumas em Annie. A protagonista também sente a presença da mãe e, claro, monta a cena em miniatura. A recriações tornam-se ainda mais macabras quando a família é assolada por uma tragédia, e a partir daí o foco recai sobre o filho Peter.
Hereditário foi a estreia sensação do diretor e roteirista Ari Aster, do novo O Mal Não Espera a Noite - Midsommar. O cineasta se debruça sobre essa estrutura disfuncional para erguer um suspense enervante, em que o espectador nunca está certo se o que acontece é fruto do desequilíbrio mental de Annie ou fenômenos paranormais. É muito assustador.
O grande desafio de um filme como esse é dar sentido ao terror – psicológico ou não – que se desenha por toda a narrativa. O que Aster faz na etapa final, porém, é retirar a névoa que embriagava o espectador para promover uma sessão de puro pastiche de produções do gênero. O que era perturbador, se torna constrangedor. Foi quase ótimo.
Trailer
Ficha Técnica
Título: Hereditário/Hereditary
Direção: Ari Aster
Duração: 127 minutos
País de Produção/Ano: EUA, 2018
Elenco: Toni Collette, Gabriel Byrne, Milly Shapiro, Alex Wolff, Ann Dowd
Distribuição: Diamond Films
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