O Exterminador do Futuro 1 e 2 - Entenda o 6

Em 1998, James Cameron se autoproclamou “the king of the world” (o rei do mundo) ao receber o Oscar de melhor diretor por Titanic, vencedor de 11 estatuetas, inclusive a de melhor filme. Avatar só viria dez anos mais tarde, mas a verdade é que Cameron já era um cineasta cultuado pelos fãs de ficção científica. O motivo? Aliens, O Resgate (1986) e as duas primeiras viagens ao passado do ciborgue do futuro em Exterminador do Futuro (1984) e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991).

A franquia “Terminator” catapultou a carreira de Arnold Schwazenegger e rendeu cinco episódios. Cameron, porém, comandou esses dois e depois se afastou da saga – com exceção da série de TV, As Crônicas de Sarah Connor. Então é justamente essa dupla que o cinéfilo precisa assistir para entender e aproveitar melhor o sexto capítulo: O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, que acaba de estrear. Cameron está de volta como autor do argumento e produtor, e  Linda Hamilton retoma a icônica Sarah Connor, mãe de John Connor, o líder da resistência humana contra o domínio das máquinas.

O Exterminador do Futuro/The Terminator

Dá para imaginar que uma doce garçonete na Los Angeles de 1984 poderia ser a pedra fundamental para a sobrevivência da humanidade? James Cameron e seus dois parceiros de roteiro, Gale Anne Hurd (produtora executiva da série The Walking Dead) e William Wisher (Invasão de Privacidade), não só imaginaram que sim, como transformaram esse argumento em um clássico contemporâneo da ficção científica no cinema.

Dois personagens chegam do futuro, com propósitos opostos. O robô T-800 (Schwarzenegger) tem a missão de matar Sarah Connor, a mulher que dará à luz o futuro líder da rebelião humana contra as máquinas do (então) distante 2029. O outro é o humano Kyle Reese (Michael Biehn), enviado pelo próprio John Connor para proteger a mãe. Mas Sarah custa a acreditar na história deste “futuro possível”, em que os sistemas automatizados de defesa assumiram o controle do planeta no dia 29 de agosto de 1997, mataram 3 bilhões de pessoas e escravizaram quem sobrou. Entre perseguições, fugas e tiroteios feéricos, Sarah acaba sofrendo grandes perdas.

Cameron sabe muito bem criar ação, suspense e cenários futuristas desoladores, mesmo quando são coloridos como os de Avatar, o que não é o caso aqui. O 2029 de O Exterminador do Futuro é assustador, opressor, violento, miserável, distópico, dominado pelas máquinas que veem nos poucos humanos uma ameaça a ser eliminada. Elaborado pelo mestre dos efeitos especiais Stan Winston (A.I. – Inteligência Artifical), o terminator de Schwarzenegger foi um vilão aterrorizante. 

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O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final/Terminator 2

Cameron e sua equipe de produção, inclusive os roteiristas parceiros, conseguiram promover uma sessão de suspense e ação ainda mais eletrizante, jogando novamente com o destino desolador da humanidade em 2029. Terminator está de volta, mas reprogramado para proteger Sarah e o pré-adolescente John (Edward Furlong) de um modelo muito mais avançado, o T-1000 (Robert Patrick).

O objetivo das máquinas do futuro desta vez é matar o próprio John Connor, claro. Sarah ficou internada no hospício por anos, não sem antes treinar a si própria e ao filho na arte da sobrevivência. Ela quer garantir que o massacre global de 1997 não aconteça, eliminando as peças dos robôs resgatadas do incêndio no final de O Exterminador do Futuro, que estão sendo estudadas em laboratórios sofisticados. São elas que vão dar origem à dominação das máquinas.

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final ganhou quatro prêmios Oscar: melhor som, efeitos e edição de som, efeitos visuais e maquiagem, os dois últimos sob a produção de Stan Winston, novamente. Não é para qualquer um fazer a sequência ainda melhor e mais premiada que o original, mas Cameron realizou a façanha. Ele bem que podia nos dar um respiro, mas volta a pegar pesado no sexto episódio. A humanidade parece mesmo fadada a um Destino Sombrio na imaginação visionária do cineasta. 

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