Amor e Música

O diretor, roteirista e músico irlandês John Carney nos brindou com três deliciosos exemplares do cinema independente, que têm na música de rua o elo de ligação entre seu personagens. A família também está sempre presente, no pano de fundo, como uma vírgula entre os protagonistas e seus sonhos. Difícil escolher o melhor, mas tenho o meu preferido, que revelo a seguir. 

Apenas Uma Vez/Once

 “Falling Slowly”, composta e interpretada pelos protagonistas, Glen Hansard, Markéta Irglová, venceu o Oscar 2008 na categoria melhor canção original. É linda e a letra fala de um amor nascido da adversidade.

Na trama ambientada em Dublin, na Irlanda, um músico de rua se aproxima de uma imigrante tcheca que também tem aspirações musicais, e juntos começam a compor canções sobre o sentimento que cresce entre eles. Como na vida nada é simples, essa paixão também não será.

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Mesmo Se Nada Der Certo/Begin Again

Da trinca, é o meu preferido. Por quê? Porque Mark Ruffalo é o ator ideal para interpretar o cara comum, que na verdade de comum não tem nada. Ele é o produtor musical decadente que enxerga o talento da tímida cantora vivida por Keira Knightley. É fantástica a sequência em que isso acontece, com a jovem ao violão e o executivo a incrementar o show mentalmente - imagina um toque de bateria aqui, um pianinho ali...

Ela é a namorada de um roqueiro (Adam Levine, do Maroon 5), seu parceiro de composições, que lhe dá um pé no traseiro quando chega a fama. Pois a abandonada e o demitido vão se unir para gravar um disco rústico, pelas ruas de Nova York.

O cineasta John Carney volta a explorar a urbanidade, e o romance também está no ar. Ah, ainda tem a ótima Hailee Steinfeld (Quase 18 e Bumbleblle) como a moderninha filha adolescente de Ruffalo.

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Sing Street: Música e Sonho/Sing Street

O diretor John Carney volta a filmar na Irlanda e agora foca na juventude da Dublin dos anos 80. O sonho da moçada parece ser um só: atravessar a faixa do oceano Atlântico que a separa da Grã-Bretanha e morar em Londres.

Um dos mais afoitos para partir é Conor (Ferdia Walsh-Peelo, da série Vikings), que acaba de mudar de escola porque os pais estão em crise financeira (e matrimonial). Ele fica de olho na enigmática Raphina (Lucy Boynton, de Bohemian Rhapsody) e a convida para ser a estrela do vídeo de seu grupo musical. Detalhe: como a banda não existe, Conor vai ter de formar uma asap.

Dos três filmes, é o que mais investe na comédia. Na busca por seu estilo musical, Conor se inspira no som e no visual de bandas da época como The Clash, The Cure, A-Ha e Duran Duran. A trilha sonora é uma atração à parte (principalmente para que era jovem naquela década), e também inclui composições do cineasta.  

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