domingo, 01 de junho de 2025
Cinema Drama Romance

É Assim que Acaba


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Não é preciso ter lido o best-seller É Assim que Acaba, da norte-americana Colleen Hoover, para ligar o radar nas primeiras cenas da versão para o cinema. A protagonista, Lily Bloom, se vê incapaz de criar uma lista com cinco qualidades do pai para homenageá-lo no velório. Flashes do passado logo revelam a relação abusiva que testemunhou ainda criança, sem entender como a mãe suportou tanta violência. No mundo real, a vítima foi a mãe da escritora, que apoiou a filha a lidar com o trauma pela literatura. It Ends with Us, no título original, ficou no topo da lista dos livros mais vendidos do The New York Times e do Publishers Weekly.

É Assim que Acaba

Estrelada por Blake Lively (Um Pequeno Favor), a adaptação estreou forte nos Estados Unidos, onde a bilheteria se aproxima dos US$ 74 milhões. Também impulsionou o público no Brasil, com a venda de 1,2 milhão de ingressos na primeira semana, segundo o portal Filme B. Na trama, Lily se mudou de sua cidade no Maine para estudar em Boston, onde sonha abrir uma floricultura. É no terraço do topo de um prédio, logo após a morte do pai, que ela flerta com Ryle, o sedutor neurocirurgião interpretado por Justin Baldoni, que também assume a direção. O ator, produtor e cineasta é conhecido pelo comando do drama romântico A Cinco Passos de Você (2019), e volta a investir no gênero. Daí a polêmica. A violência contra a mulher, tema central da obra, é abafada por um triângulo amoroso.

É Assim que Acaba

Enquanto um daqueles acasos dignos de cinema reaproxima Lily de Ryle através da irmã dele, Allysa (Jenny Slate), o enredo visita sua juventude, quando ela vive o primeiro amor ao lado de Atlas. Interpretados nessa fase por Isabela Ferrer e Alex Neustaedter, eles compartilham questões familiares e só não ficam juntos por intervenção alheia – também marcada pela violência. Eis que outra artimanha do destino promove o reencontro de Lily e Atlas (agora na pele de Brandon Sklenar). Ela fica bem mexida, mas segue firme com Ryle, mesmo depois de um estranho rompante de agressividade dele. 

É Assim que Acaba

Há razão nas críticas que apontam romantização e conservadorismo no retrato da relação tóxica. A ausência do explícito pode soar como atenuante, mas vale observar que o ponto de vista é o de Lily. É dela a versão da própria história. É ela que não quer enxergar a cruel realidade, a origem de um ferimento, a causa de uma queda. Essa visão embaçada dos fatos se sustenta inclusive no perfil de Ryle, que até faz o tipo nervosinho, mas está longe do opressor monstruoso. É Assim que Acaba não perde potência por tratar o tema com sutileza. O problema é o roteiro, que dedica muito mais tempo ao novelesco conflito amoroso, com Lily entre Ryle e Atlas.

É Assim que Acaba

A relação mais sólida, no fim, é a da amizade entre a protagonista e Allysa. A tomada de consciência de que o irmão não é só um sedutor, mas um abusador, é das mais críveis dramaticamente. A conversa franca que as duas têm já perto do fim é exemplo de maturidade e sororidade. Engrandece o filme. O elenco todo é muito bom, mas as redes sociais estão agitadas com revelações sobre os bastidores. Tretas entre a estrela e seu parceiro de cena e diretor estão na linha de frente das fofocas que, como sempre, devem atrair mais curiosos aos cinemas. Uma coisa é inegável. Justin Baldoni manteve distância de Blake Lively nos tapetes vermelhos da estreia. Flores, pelo jeito, só mesmo na floricultura da personagem.




Trailer

Ficha Técnica

Título: É Assim que Acaba / It Ends with Us
Direção: Justin Baldoni
Duração: 130 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2024
Elenco: Blake Lively, Justin Baldoni, Jenny Slate, Hasan Minhaj, Amy Morton, Brandon Sklenar
Distribuição: Sony Pictures

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Suzana Uchôa Itiberê

Suzana Uchôa Itiberê

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Cinéfila incorrigível, jornalista de plantão, crítica de cinema (não muito) chatinha e editora caprichosa. Cria do jornal O Estado de S. Paulo, trabalhou nas revistas TVA, Set, Istoé Gente e foi cofundadora da revista Preview. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).