segunda, 15 de setembro de 2025
Cinema Terror

Skinamarink: Canção de Ninar


Skinamarink: Canção de Ninar
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Você tem medo de que? O medo do escuro, talvez, é de todos o mais comum e rico em termos de intensidade. Afinal, é a “criatividade da vítima” que comanda as sensações. Skinamarink: Canção de Ninar mergulha você nesse universo e chega aos cinemas com a força de obras que, sem orçamentos milionários, se escoram no popular boca a boca, hoje muito mais para “post a post”. A produção virou sensação no TikTok. São mais de 60 milhões de visualizações das postagens com as duas hashtags mais populares sobre o filme na plataforma.

Skinamarink: Canção de Ninar

Para evitar estragar eventuais surpresas, melhor informar pouco sobre a história que envolve dois irmãos pequenos diante de experiências assustadoras, dentro da própria casa. Tão experimental quanto o curta Heck (2020), também de sua autoria e com a mesma pegada, Kyle Edward Ball estreia na direção e roteiro de um longa. A produção de baixíssimo orçamento – US$ 15 mil – estreou em um festival de fantasia canadense em julho de 2022. Depois de circular em outros eventos, uma cópia vazou para a internet e viralizou.

Skinamarink: Canção de Ninar

O enredo se passa nos anos 1990, tem referências da época e outras mais distantes. É o curioso caso dos clássicos desenhos animados Bimbo’s Initiation (1931), da série Betty Boop, e The Song of the Birds (1935), muito exibidos na TV de quem já passou dos 50 anos. A televisão, aliás, faz parte da trama, como aconteceu em outros sucessos do gênero, como Poltergeist (1982) ou O Chamado (2002). Aqui, ela foi usada de forma diferente e um misterioso defeito na fita VHS deixa determinadas cenas de uma animação, Prest-O Change-O (1939), em looping para causar estranhamento no público. Estranhos também são os enquadramentos com uma perspectiva, digamos infantil, onde predominam uma desconfortável visão das pernas e os pés ou quase sempre o alto das portas e paredes.

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A falta de iluminação também causa desconforto. Dá uma textura diferente para as imagens e isso permite viagens visuais diversas no escuro e o consequente medo. Ao lado do constante apagar e acender de luzes ou da lanterna (famigerada companheira do pavor) tudo funciona. Contudo, a repetição cansa aqueles mais exigentes por um roteiro melhor elaborado. Se tem chance de permanecer interessante para uns, pode tornar-se extremamente maçante para outros.

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Vale lembrar que essa pegada da experimentação e/ou inovação no gênero não é de agora. Alguns sucessos do passado, como A Bruxa de Blair (1999) ou Atividade Paranormal (2007), são provas cabais de que existe espaço e aceitação. O maior desafio desse experimento cinematográfico de agora, que não resistiu ao uso do jumpscare, é ter poder de envolvimento suficiente para segurar o pessoal da poltrona por mais de 90 minutos. Como curta, sem sombra de dúvida, as chances seriam maiores.




Trailer

Ficha Técnica

Título: Skinamarink: Canção de Ninar / Skinamarink
Direção: Kyle Edward Ball
Duração: 100 minutos

País de Produção/Ano: EUA, 2022
Elenco: Lucas Paul, Dali Rose Tetreault, Ross Paul
Distribuição: A2 Filmes

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Roberto Cunha

Roberto Cunha

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Louco por filmes e séries. No caldeirão profissional, trabalhou na Rede Globo, Jornal do Brasil, Rádio Transamérica e Telecine. Foi editor-chefe do AdoroCinema, editor-executivo da revista Preview e membro do Super-Júri JB (Revista Programa). Produziu, escreveu e apresentou o Drops de Cinema na Rádio Cidade e na StereoZero (webradio), ambas do Grupo JB FM, do Rio de Janeiro.