sábado, 18 de outubro de 2025
Cinema Drama

Sem Ar


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Filme de baixo orçamento e com elenco muito enxuto parece ter se tornado uma máxima de uns anos para cá, principalmente com o crescimento do streaming. Estreia nos cinemas, Sem Ar pega fôlego nos chamados suspenses de sobrevivência que provocam agonia, como Águas Rasas (2016), que faturou US$ 119 milhões, e Medo Profundo (2017), outros US$ 62,1 milhões. Coincidência ou não, os três exploram a força da mulher diante de uma situação limite sem apelar para a agenda da lacração.

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As irmãs Drew e May se encontram para repetir um programa que fazem desde pequenas: mergulhar. Dessa vez, a caçula Drew optou por levá-las para um lugar paradisíaco, mas também isolado. Antes do mergulho, as duas conversam um pouco sobre a vida (bem pouco) e logo estão dentro d'água. Elas são experientes, mas um descuido na escolha do local (revelada posteriormente) as coloca diante de um desmoronamento de pedras, que culmina com o aprisionamento de May em águas profundas e com oxigênio limitado. É quando elas dão início a uma angustiante contagem regressiva pela vida de ambas, pois Drew está livre, mas corre riscos para salvar a irmã.

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Da mesma produtora do sucesso Expedição Kon Tiki (2012), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Sem Ar tem potencial para capturar a atenção do público. A direção é do alemão Maximilian Erlenwein (Stereo), que faz uma releitura de Além das Profundezas (2020) e inclusive coassina o roteiro com autor do original, o sueco Joachim Hedén. É pena que as questões familiares envolvendo as irmãs, que renderiam uma carga dramática maior, ficam na superfície. A exceção vai para o tratamento (com alguma poesia) dado ao luto e a experiência de quase morte. Vale ressaltar também a abertura para uma pitada de humor em meio a tensão.

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Filmado em Malta, arquipélago conhecido por sua beleza, o filme tem externas deslumbrantes e as imagens subaquáticas não ficam atrás. Experientes, a inglesa Sophie Lowe (Drew) e a americana Louisa Krause (May) não comprometem a obra, que abusa de generosidades do roteiro e falhas na continuidade que incomodarão os mais exigentes. Falar sem a máscara especial, por exemplo, deveria ser evitado. De qualquer forma, licenças e falhas sempre existiram e movem as tramas adiante. Assim como o recente e mais eficiente A Queda (2022), Sem Ar funciona bem como cinema de "tirar o fôlego". 




Trailer

Ficha Técnica

Título: Sem Ar/The Dive
Direção: Maximilian Erlenwein
Duração: 91 minutos

País de Produção/Ano: Alemanha, 2023
Elenco: Sophie Lowe, Louisa Krause
Distribuição: Paris Filmes

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Roberto Cunha

Roberto Cunha

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Louco por filmes e séries. No caldeirão profissional, trabalhou na Rede Globo, Jornal do Brasil, Rádio Transamérica e Telecine. Foi editor-chefe do AdoroCinema, editor-executivo da revista Preview e membro do Super-Júri JB (Revista Programa). Produziu, escreveu e apresentou o Drops de Cinema na Rádio Cidade e na StereoZero (webradio), ambas do Grupo JB FM, do Rio de Janeiro.