Primeiro Ano

Do mesmo diretor de Hipócrates e Insubstituível, Thomas Lilti, a produção francesa Primeiro Ano volta a abordar o mundo da medicina e fecha uma trilogia, embora involuntária. O foco desta vez são os jovens aspirantes a médicos. Todo mundo sabe que a profissão é a mais disputada, e que é comum um vestibulando levar anos até ser aprovado.

Esse é o caso de Antoine (Vincent Lacoste), há três anos em uma batalha exaustiva, com muito estudo, pouco sono e zero vida social. É com jeitão de veterano que ele acolhe Benjamin (William Lebghil), recém-saído do ensino médio. Eles travam parceria de estudo e dessa troca nasce a amizade. Mas ambos têm consciência de que disputam a mesma vaga.

O cineasta retrata essa dinâmica com humor e leveza. Muito bem desenhados, os protagonistas têm cada qual sua jornada particular. Antoine é profundamente apaixonado pela medicina, vem de família simples e seu esforço parece sempre maior que suas notas. Benjamin, por outro lado, é de origem abastada e tem facilidade em memorizar. Seu pai também é médico e é nítida a pressão para que siga a carreira.

Ele próprio médico de formação, Thomas Lilti resgata as lembranças dessa fase para erguer uma história envolvente, que levanta questões não só estudantis, mas existenciais. A cumplicidade entre Antoine e Benjamin será testada sob a égide da competição, e o final é muito emocionante – e lúcido.

Ficha Técnica

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