O Retorno do Herói

Que deleite assistir a uma comédia na melhor tradição do cinema francês, com diálogos rápidos, inteligentes, cheios de duplo sentido em ritmo de vaudeville. Melhor ainda se o gênero serve a seu propósito mais nobre, de fazer rir, claro, mas com uma crítica afiada e severa da realidade, doa a quem doer.

É essa a proposta de O Retorno do Herói, cujo roteiro original foi escrito por Grégoire Vigneron e pelo diretor Laurent Tirard, reeditando a parceria bem-sucedida de O Pequeno Nicolau. Apesar do talento inegável de Jean Dujardin, já premiado com o Oscar por O Artista, é Mélanie Laurent (À Beira-Mar) quem brilha à frente do ótimo elenco.

O apuro técnico da produção, das locações à direção de arte, dos figurinos à fotografia, acentuam o tom farsesco, às vezes exagerado, mas que não chega a comprometer a encenação de um simulacro – mesmo no início do século 19 - da corrupção e dos interesses escusos tão presentes no mundo atual.

Em 1809, o capitão Neuville (Dujardin) deixa sem notícias sua jovem noiva quando é convocado para lutar nas guerras napoleônicas. Ela adoece. Para salvá-la, Elisabeth (Mélanie), a irmã mais velha da jovem inconsolável, escreve cartas em nome de Neuville, inventando façanhas de grande coragem no combate.

A vida segue. Mas Neuville retorna - desertor, miserável, calhorda - e vai se aproveitar do heroísmo que lhe foi forjado.

Ficha Técnica

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