O Que os Homens Falam

Dia 15 de julho no Brasil, 19 de novembro em outras partes do mundo, mas desde 1999 o Dia do Homem entrou no calendário para conscientizar o sexo masculino da importância dos cuidados com o corpo e a saúde. E aí entram incentivos a exames de prevenção do câncer de próstata e alerta para o vício em cigarros e álcool. Mas a data é também uma oportunidade para o homem contemporâneo olhar para si mesmo e refletir sobre seu papel na sociedade moderna. O Que os Homens Falam faz exatamente isso, com muito humor.

A comédia romântica de 2012 promove uma reunião singular de astros argentinos (Ricardo Darín e Leonardo Sbaraglia) e espanhóis (Javier Cámara, Alberto San Juan, Luis Tosar, Eduard Fernández, Jordi Mollà e Eduardo Noriega.) Na época, todos estavam na casa dos 40 anos, com exceção de Darín, que tinha 55. A ideia dessa trama coral é desvendar o universo masculino em uma divertida autocrítica, um sarcástico mea-culpa. O roteiro coescrito pelo diretor Cesc Gay (que em seguida rodou Truman com Darín e Cámara) pretende revelar o que os homens falam quando estão apenas entre eles.

O que se vê na coletânea de seis episódios ambientados durante um dia em Barcelona é que eles são muito mais fechados que a mulheres, mesmo em conversas com grandes amigos. Começa com o reencontro entre dois colegas de escola (Sbaraglia e Fernandes). Um está saindo chorando do terapeuta, onde trata de síndrome do pânico e outras fobias. O outro está se separando por conta de um gato, mas não só, claro. Já o personagem de Cámara tenta se reconciliar com a mãe (Clara Segura) de seu filho pequeno. O diálogo sobre a casualidade da traição dele é hilário, e ela joga uma bomba para minar suas esperanças. Darín e Tosar contracenam no terceiro bloco, em uma conversa na praça em frente ao apartamento do suposto amante da esposa de Darín. Um celular vai colocar o papo em outro patamar. Muito bom!

O segmento interpretado por Noriega, que avança sobre uma colega de trabalho, é um bálsamo para o público feminino. Candela Peña ganhou o Goya (o Oscar espanhol) de melhor atriz coadjuvante como a ex-gordinha que responde ao assédio com uma perspicácia digna de aplausos. Em seguida, Mollà e San Juan fazem melhores amigos que descobrem pontos fracos (fraquíssimos) um do outro em conversas indiscretas com as esposas desses. Para fechar, a maioria deles se encontra em um evento na casa de outro conhecido. A conclusão a que eles chegam diante dos ocorridos nas últimas horas é que, definitivamente, não há manual de instruções para a vida. É viver e aprender.

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