O Pintassilgo

O origem de O Pintassilgo é nobre. O romance de Donna Tartt ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção em 2014 e a Medalha Andrew Carnegie de Excelência em Ficção, além de ter ficado mais de 30 semanas na lista de best-sellers do The New York Times. O livro (disponível no Submarino) é um calhamaço de mais 700 páginas, que narra a história de Theo Decker (Oakes Fegley, de Sem Fôlego). Aos 13 anos, ele sobrevive a um atentado a bomba no Metropolitan Museum of Art, mas perde a mãe na tragédia. Do local, porém, leva em segredo o pequeno quadro que observava na hora da explosão. O nome da obra do século 17, do artista holandês Carel Fabritius? O Pintassilgo, claro.

A maneira como a posse da pintura dita os rumos da vida do protagonista é narrada pelo Theo adulto (Ansel Elgort, de A Culpa é das Estrelas), e decidido a cometer suicídio. A trama é intrincadíssima. Abandonado pelo pai e órfão de mãe, o garoto é amparado pela abastada família Barbour – o casal é pai de um colega de escola de Theo. Nicole Kidman interpreta a matriarca, uma mulher austera, porém bondosa, que aos poucos se apega ao pequeno hóspede.

Mais dois núcleos familiares fazem parte da saga, ambientada primeiramente em uma Nova York sofisticada. Além da mansão dos Barbour, Theo tem uma passagem pelo antiquário comandado por Hobie (Jeffrey Wright, da série Westworld), alguém também afetado pelo atentado terrorista, e quem vai lhe ensinar a arte da restauração e do mercado de antiguidades.

O pai (Luke Wilson, de Os Excêntricos Tenenbaums ) também dá as caras e transporta a trama para uma Las Vegas decadente. Dois personagens roubam a cena nessa etapa: a madrasta feita por Sarah Paulson (Vidro) e o jovem russo vivido por Finn Wolfhard (Stranger Things e It: A Coisa), que vai introduzir Theo nas drogas.

Indicado ao Oscar pelo roteiro de O Espião que Sabia Demais (2011), Peter Straughan deve ter penado para adaptar a quilométrica obra original. Tem voltas e reviravoltas, segredos e revelações, personagens e mais personagens. São duas horas e meia de filme, que se fazem sentir. O elenco é ótimo, a produção impecável, mas faltou ao premiado diretor John Crowley (Brooklyn) enxugar o material com uma edição menos cerimoniosa. 

Ficha Técnica

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