O chinês Chen Kaige é o cineasta das imagens suntuosas e histórias épicas de guerra, amor e honra. Com Adeus, Minha Concubina (1993) foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro e levou a Palma de Ouro em Cannes – dividida com O Piano. Depois vieram filmes não menos grandiosos como O Imperador e o Assassino (1998), A Promessa (2005) e O Sacrifício (2010). Uma carreira meio errante, é verdade, mas que tem o mérito de transportar o público para a China de ontem e hoje.
O Mistério do Gato Chinês se passa há mais de mil anos, durante a Dinastia Tang. Dois jovens, um poeta e um monge, unem-se para investigar estranhos crimes na alta corte, que culminam com a morte da esposa de um general, atacada por um gato demoníaco (?!). Na busca por pistas, eles descobrem que o bichano pode estar ligado a uma tragédia envolvendo uma concubina décadas atrás.
O enredo é uma adaptação do romance do japonês Baku Yumemakura, e há toda uma simbologia do folclore asiático difícil de ser assimilada pelo público brasileiro. É como fazer um longa do Sítio do Pica-Pau Amarelo e lançar internacionalmente sem explicar quem é a Cuca ou o Saci Pererê. Além do gato sinistro, há o rapaz que se transforma em garça, um personagem com o qual os fãs de Kung Fu Panda podem se identificar.
A trama é confusa, embora curiosa, mas o visual é um espetáculo. Chen Kaige produz verdadeiras pinturas com cenários e figurinos luxuosos. O Mistério do Gato Chinês ganhou diversos troféus no circuito de prêmios asiático. Mais um sinal de que o público de lá tem o estofo cultural para apreciá-lo melhor.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: O Mistério do Gato Chinês/Kûkai
Direção: Chen Kaige
Duração: 129 minutos
PaÃs de Produção/Ano: China/Japão, 2017
Elenco: Xuan Huang, Shôta Sometani, Yuqi Zhang
Distribuição: PlayArte