O Menino que Queria Ser Rei

A lenda do Rei Arthur e Os Cavaleiros da Távola Redonda, originada nos séculos 6 e 7 em plena Idade Média, é tão rica de símbolos valorosos que continua viva até hoje no imaginário popular ocidental. No cinema, as versões são muitas. As mais recentes são o estilizado Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017), do diretor Guy Ritchie (Magnatas do Crime), e a aventura infantojuvenil O Menino que Queria Ser Rei, de Joe Cornish (Ataque ao Prédio).

Com seus 12 anos, ao contrário do que diz o título, Alex (Louis Ashbourne Serkis, filho do ator Andy Serkis, o Gollum de O Senhor dos Anéis) não tem nenhuma pretensão de ser rei. Ele decorou a lenda do Rei Arthur no livro que ganhou quando viu o pai pela última vez, aos 5 anos de idade. Mas ao tirar Excalibur da pedra de uma construção abandonada, fugindo da dupla de valentões de quem sofre bullying na escola, tudo muda. Alex torna-se o responsável por impedir que a amaldiçoada bruxa Morgana (Rebecca Ferguson, Doutor Sono), meia-irmã do Rei Arthur, se aproveite do eclipse total e do planeta fragilizado pela polarização política e pelo individualismo para dominar o mundo.

Alex tem apenas quatro dias para derrotar Morgana e seus cavaleiros de fogo, mas nenhuma ideia da sua missão ou de como executá-la. Entra em cena um jovem mago Merlin (Angus Imrie, Emma) para ajudá-lo. Seu melhor amigo, Bedders (Dean Chaumoo), e os dois vilões da escola tornam-se seus aliados nas batalhas contra o mal, mas o duelo final entre Alex e Morgana acontece na escola, com a participação dos alunos todos.  

Apesar de seguir a fórmula do gênero numa produção mediana, O Menino que Queria Ser Rei é uma boa introdução à lenda para quem a desconhece e uma curiosa versão para quem a conhece. O diretor e roteirista Joe Cornish acerta quando brinca com as duas contagens do tempo, a da lenda e a atual, com direito a participação especial do veterano Sir Patrick Stewart (As Panteras) como o Merlin na sua idade ‘real’. É Merlin, aliás, quem acrescenta novos sentidos à moral da história do Rei Arthur, adequando-a ao presente com sagazes comentários críticos à geopolítica mundial, ainda mais pertinentes nesses tempos de pandemia.

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