Israel tentou emplacar O Confeiteiro no Oscar 2019 de melhor filme estrangeiro. Não deu, mas isso é detalhe. Também não vale rotular de produção para o público LGBT, porque esse delicado drama encontra sua força – e delicadeza – na forma como a gastronomia se torna o elo entre pessoas marcadas pela inimizade histórica.
Thomas é um jovem confeiteiro alemão que tem um caso com Oren, um israelense casado que costuma ir a Berlim a trabalho. Quando o amante morre repentinamente, Thomas viaja a Jerusalém atrás de respostas e, sem dizer quem é, começa a trabalhar no café de Anat, a viúva de Oren.
Anat é uma personagem interessante. Recusa a ortodoxia religiosa e sofre preconceito por seus produtos não serem todos kosher (preparados segundo a lei judaica). Quando Thomas começa a fazer os biscoitos, bolos e pães que servia na confeitaria alemã, porém, o café vira atração. Outra figura feminina que merece atenção é a mãe de Oren. Repare como ela é receptiva a Thomas. Abre sua casa ao rapaz e mostra-lhe o quarto do filho morto guiada pela intuição – ou pela certeza - de que a presença do alemão ali não é mera coincidência.
O Confeiteiro é daqueles filmes de abrir o apetite e é curioso como as cenas de culinária têm efeito calmante. O segredo que envolve Thomas e Oren tem prazo de validade, claro, mas o diretor e roteirista estreante em longas Ofir Raul Graizer não coloca o affair homossexual em primeiro plano e segue os ditames da sutileza no confronto entre duas pessoas que perderam seu amor.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: O Confeiteiro/The Cakemaker
Direção: Ofir Raul Graizer
Duração: 113 minutos
PaÃs de Produção/Ano: Israel/Alemanha, 2017
Elenco: Tim Kalkhof, Sarah Adler, Roy Miller
Distribuição: Imovision