Nada Santo

Riccardo Scamarcio é um astro premiado na Itália, onde rodou filmes como Testemunha Invisível e A Casa de Veraneio. Vire e mexe anda por terras internacionais, como a produção de época inglesa Effie Bray: Uma Paixão Reprimida e os hollywoodianos Pegando Fogo e John Wick: Um Novo Dia Para Matar – neste último faz o vilão. A Netflix não perdeu tempo e apostou no seu star power para realizar Nada Santo, um filme de máfia inspirado em caso real.

Scamarcio se apodera da tela na pele de Santo Russo, que abre o filme em uma cobertura luxuosa com vista para a catedral de Milão. O próprio protagonista narra sua jornada até ali. Começa em 1967, com a mudança da família da Calábria para a periferia de Milão, onde um engano faz com que o jovem Santo passe uma temporada no reformatório juvenil. Dali sai pronto para a vida de crimes, monta seu próprio bando e passa a atuar para a máfia.

A passagem pelos anos 70 e 80 ganha uma reconstituição de época caprichada, com figurinos e trilha sonora com hits de cada década. Russo casa com a grávida e religiosa Mariangela (Sara Serraiocco), mas se engalfinha com a sofisticada Annabelle (Marie-Ange Casta). Com ela ingressa no universo dos yuppies, enquanto é elevado a chefão como traficante de heroína.

A amante francesa também lhe ensina a expressão “ça van sans dire” (é evidente), que ele passa a usar nas mais variadas situações, inclusive em assassinatos. O diretor Renato De Maria faz um filme de máfia convencional e deposita todas as fichas em seu protagonista. Deu certo. Scamarcio está magnético.

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