Meu Bebê

A cineasta Lisa Azuelos (Um Reencontro) usou sua própria experiência com a famosa síndrome do ninho vazio como inspiração para seu mais recente filme, sucesso nas bilheterias francesas. Escreveu o roteiro a seis mãos, duas delas sendo a da própria filha, Thaïs Alessandrin, protagonista ao lado da ótima Sandrine Kiberlain (A Outra Mulher), irrepreensível e divertida no papel de Héloïse, a mãezona prestes a ver a caçulinha, de recém-completados 18 anos, bater asas rumo ao Canadá para cursar a universidade.

Meu Bebê é mais um trabalho de Lisa Azuelos com um olhar agridoce sobre as relações entre mães e filhos, e em especial entre mãe e filhas, como já havia feito em Rindo à Toa, e na sua versão hollywoodiana, Lola. Dessa vez, os dramas associados à ambivalência entre a angústia e o orgulho com o amadurecimento – e a saída de casa – dos filhos ganhou uma versão moderna e bem-humorada, terna em muitos momentos.

A narrativa transita fluidamente entre passado e presente para contar não apenas a história de Héloïse e a caçula Jade (Thaïs), mas também dessa família amorosa, de pai ausente após o divórcio precoce, em torno da mãe dedicada, honesta, aberta, sempre disponível. Lola (Camille Claris), a filha mais velha sempre responsável, e Théo (Victor Belmondo, neto de Jean-Paul Belmondo), que trabalha com a mãe no restaurante dela, já moram fora, mas sempre estão por perto para aqueles abraços de afeto genuíno.

Do início ao fim, ou seja, da aprovação de Jade até seu embarque para o Canadá, o filme acompanha mãe e filha em seus rituais de convivência e despedida, espelha os reflexos de amigos, amores, descobertas e angústias na vida delas. É uma comédia de situações clássica, feita de diálogos e ritmo, afetiva, engraçada. Um sopro de leveza e respeito pelos ciclos da vida. 

Ficha Técnica

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