Maligno

De uns anos para cá, filmes de baixo orçamento se tornaram objeto de desejo dos distribuidores. Alguns realizadores costumam apostar neste filão e, quando o público responde bem, os investidores batem palmas para quem trouxe a obra para casa. Maligno custou cerca de US$ 6 milhões, arrecadou mais do que o dobro na bilheteria doméstica, mas não teve fôlego para ir além. E a razão está longe de ser sua qualidade, porque o filme se revela uma grata surpresa para quem aprecia o gênero.

Na história, Sarah (Taylor Schilling) não esconde a alegria ao descobrir, muito cedo, que seu filho tem uma inteligência fora do normal. Só que o orgulho de ter uma criança prodígio em casa dá lugar ao espanto quando o pequeno Miles (Jackson Robert Scott), já crescido, apresenta um comportamento estranho e violento com a molecada na escola. Essa mudança de postura cria um ambiente de pura tensão no ambiente familiar. Intrigados, os pais procuram especialistas e a investigação ganha ares sinistros, deixando Sarah totalmente dividida entre o mais puro instinto materno e o medo. 

Escrito pelo desconhecido Jeff Buhler, o roteiro é interessante. Mesmo que previsível em alguns momentos, muda ao flertar com o espiritualismo e cria uma atmosfera boa de tensão. Embora use um jump scare aqui ou ali, é inegável a capacidade que tem de envolver o espectador na trama. E seu trunfo, sem dúvida, está na maneira forte como explora o desejo da maternidade. 

The Prodigy (título original) é produzido por Tripp Vinson com, pelo menos, dois títulos ótimos no currículo: O Exorcismo de Emily Rose (2005) e João e Maria: Caçadores de Bruxas (2013). Com apenas dois longas, o diretor Nicholas McCarthy conduz bem a equipe nesta sua terceira empreitada no gênero. Do elenco, embora o mais experiente seja o coadjuvante Colm Feore (Thor), ator premiado e com mais de uma centena de produções, é na força de Taylor Schilling (Orange Is the New Black) e do jovem Scott (It: A Coisa) que o filme se torna convincente e surpreendente. 

Ficha Técnica

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