Let’s Dance

Dramas românticos costumam ter plateia cativa, às vezes até à revelia de sua qualidade. Um dos meus subgêneros preferidos, confesso, são os dramas românticos de dança. Eles costumam seguir um roteiro clichê, mas como é prazeroso assistir à (boas) apresentações de dança captadas pelas mágicas lentes do cinema. É magia em dose dupla. Let’s Dance é a versão belgo-francesa do inglês Street Dance - Dois Mundos Um Sonho, que em 2010 fez nas telas o casamento do street dance com o balé clássico.

Na adaptação, Joseph (Rayane Bensetti) é o brilhante bailarino de hip hop, inseguro diante de um concurso de dança que está para acontecer. Chloé (Alexia Giordano, 15h17: Trem Para Paris) é a brilhante bailarina clássica prestes a fazer o teste para a principal companhia de dança da França. O romance entre os dois, claro, vai ajudá-los a superar os desafios, tendo a Cidade das Luzes, deslumbrante como sempre, como pano de fundo.

Além da bela e sedutora dupla central, Let’s Dance tem a simpática participação do veterano Guillaume de Tonquédec (Sobre Amigos, Amor e Vinho) como o professor de balé decadente, mas sensível e apaixonado pela dança, que acolhe Joseph e aproxima a trupe de hip hop dele de seus alunos. A eclética trilha sonora de Romain Troullet (Cyrano, Mon Amour) sintoniza hip hop, rock e música clássica com bom gosto.  

Apesar da trama clichê, o diretor estreante Ladislas Chollat deposita uma carga emocional rara em seus personagens. A vigorosa e lírica coreografia do renomado Marion Motin não só harmoniza a fusão do hip hop e do balé, como transcende o jogo cênico para simbolizar a diversidade que a música e a dança são capazes de representar. Uma boa surpresa.

Ficha Técnica

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