Que virtuose é o cineasta estreante em longas Gustav Möller. O dinamarquês precisa de menos de 90 minutos e de um espaço físico mínimo para mexer com os nervos do espectador com uma história que é muito maior que seu pequeno invólucro.
No centro de atendimento de emergências (o nosso 190) de Copenhague, o policial Asger Holm (Jakob Cedergren) atende entediado ligações de acidentados, assaltados e drogados. Ele não está ali por escolha. Há um processo de comportamento prestes a ser julgado, e pelo jeito seu pavio curto vitimou seu casamento também.
O gatilho dessa noite é o chamado da mulher que ele identifica como Iben. Tudo indica que está sendo sequestrada pelo ex-marido. O que acontece lá fora, e não é pouco, toma forma na mente do público através dos sons que Asger ouve pelo fone, dos breves diálogos com Iben e da investigação paralela que ele empreende (sem sair da cadeira) para tentar resgatá-la.
Dois elementos saltam aos olhos nessa exasperante corrida contra o tempo: a tecnologia da polícia dinamarquesa e o engenhoso enredo, que toma um rumo inesperado e desconcertante que autentica o título, culpa. É imperdível e acaba de ganhar remake da Netflix com Jake Gyllenhaal como o protagonista. Vale assistir aos dois e ver as nuances dinamarquesas e hollywoodianas de cada um.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: Culpa/Den Skyldige
Direção: Gustav Möller
Duração: 88 minutos
PaÃs de Produção/Ano: Dinamarca, 2018
Elenco: Jakob Cedergren, Jessica Dinnage, Omar Shargawi, Johan Olsen
Distribuição: Califórnia