Leandro Hassum parece não superar os comentários de que perdeu a graça junto com as dezenas de quilos. Em todo filme que aparece desde então, faz uma piadinha amarga sobre isso. Mas a verdade é que aquele humor físico e careteiro, inspirado em seu ídolo, Jerry Lewis, deu lugar a um Hassum mais contido e interessado em mesclar riso e choro.
Seu personagem em Chorar de Rir, Nilo Perequê, é um humorista premiado que decide dar uma guinada na carreira e se dedicar ao drama. Boa notícia para seu arquirrival, o comediante Jotapê Santana (Rafael Portugal), porém uma bomba para a família, que é literalmente sustentada por Nilo. Solitário, ele também busca o amor na figura de Bárbara (Monique Alfradique), antiga namorada.
O roteiro escrito pelo diretor Toniko Melo (Vips) e Caco Galhardo começa plausível, mas às tantas apela a um recurso fantasioso idêntico ao que Hassum usou em O Candidato Honesto - o político picareta só conseguia falar a verdade. O toque de mágica (na verdade um feitiço) aqui faz com que só diga coisas engraçadas, o que ameaça sua carreira dramática.
A necessidade que Hassum parece ter de fazer o público chorar cria cenas constrangedoras. A discussão em torno da máxima que ator de comédia não é ator de verdade é antiga – e até válida. Mas quantos astros consagrados já afirmaram que fazer chorar é muito mais fácil que fazer rir? Hassum não precisa provar nada pra ninguém – talvez só para ele mesmo.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: Chorar de Rir
Direção: Toniko Melo
Duração: 100 minutos
PaÃs de Produção/Ano: Brasil, 2019
Elenco: Leandro Hassum, Rafael Portugal, Otávio Müller, Monique Alfradique, Jandira Martini, Natália Lage
Distribuição: Warner