Aquaman

Guerreiros montados em tubarões brancos, reis que cavalgam cavalos marinhos, edifícios modernos, veículos futuristas, vestimentas estilosas e um sem número de criaturas marítimas, entre baleias, arraias e tartarugas. A mitológica Atlântida está no século 21 em Aquaman. A DC apostou forte no filme de origem do homem-peixe, na esperança de compensar o fiasco Liga da Justiça. A bilheteria respondeu assim: US$ 1,144 bilhão. É o maior sucesso da DC Comics no cinema, e um dos 20 filmes mais rentáveis da história. 

O próprio Arthur Curry narra sua epopeia. Filho do faroleiro Tom (Temuera Morrison) e da Rainha Atlanna (Nicole Kidman), o mestiço fruto de amor proibido será o elo entre o mundo da superfície e o submarino. Apesar do corpanzil herculesco, Arthur é um herói hesitante, cervejeiro e meio tosco, e por isso mesmo mais interessante que o loiro almofadinha eternizado no desenho infantil Superamigos (1973-1986).

A voz da consciência é uma mulher, a princesa ruiva Mera (Amber Heard), que precisa convencê-lo a tomar o trono de Atlântida e evitar que seu meio-irmão Orm (Patrick Wilson) subjugue os reinos vizinhos, se torne o Mestre dos Oceanos, deflagre a guerra na superfície e domine os dois mundos.

Há dois vilões. Orm, que volta sua ira contra a humanidade munido de um discurso ambiental politicamente correto, e o vingativo Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen), um criminoso cheio de recursos tecnológicos no lugar de superpoderes. Nenhum dos dois empolga, assim como o romance entre Arthur e Mera é morno.  

Aquaman está um patamar abaixo de Mulher-Maravilha na construção dos personagens e na qualidade dos diálogos. Fora que ninguém aguenta mais sequências de treinamento, com o herói em aulas com um mestre, no caso o conselheiro real Vulko (Willem Dafoe).

O diretor James Wan fez carreira com a franquias de terror Sobrenatural e Invocação do Mal, mas é o criador das eletrizantes cenas de ação de Velozes & Furiosos 7 que se sobrepõe aqui. As batalhas aquáticas, as ondas gigantes que assolam a superfície, a perseguição pelos telhados de uma vila italiana e a imensidão do Saara vão deixar o público extasiado.

Com referências ao lendário Rei Arthur (sai a espada, entra o tridente), a narrativa de  Aquaman dá suas derrapadas. Mas isso é papo de crítico. O público adorou essa aventura, que, apesar de pedir a tela grande, agora pode ser vista na telinha. 

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