Depois do retumbante fracasso da ambiciosa ficção científica Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (saudades de O Quinto Elemento...), o cineasta Luc Besson volta para a terra de Lucy e Nikita: Criada para Matar – ou seja, o universo das mulheres lindas e letais. Anna – O Perigo Tem Nome ainda tem um quê de Atômica, de David Leitch, por se passar durante a Guerra Fria, pelas coreaografias de lutas e pelo romance homossexual da protagonista. Não escapa, porém, de cair no rol das produções genéricas.
Helen Mirren, Luke Evans e Cillian Murphy engrossam o elenco, para amparar a atuação – digo, o desfile – da estonteante modelo russa Sasha Luss. Na primeira etapa, Anna é descoberta por um caça talentos em uma feira de Moscou, vira top model em Paris, engata um romance com uma colega, flerta com um empresário que vende armas ilegais e o executa. Ok. Então a trama volta três anos no tempo. Anna surge maltrapilha e vítima de um namorado drogado e abusivo. É descoberta por um agente da KGB (Luke Evans) que a apresenta à chefona (Helen Mirren), e a bela vira espiã. Explicado o tiro certeiro no sujeito.
Muito bem. Esse vai e vem entre presente e passado é constante e demanda a atenção de quem pretende levar a brincadeira a sério. É envolvente, vamos admitir. Entre uma missão e outra, Anna ainda arranja tempo para fazer sexo com a namorada, com o colega da KGB e com o agente da CIA (Cillian Murphy), que vai recrutá-la na marra. Também produtor e roteirista, Luc Besson entrega o que buscam seus fãs: cenas de ação com perseguições, tiroteios e pancadaria. Não há do que reclamar. O desfecho é bem-humorado e, na medida do possível, surpreendente. Mas não espere densidade. É para ver e esquecer. Tudo certo.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: Anna: O Perigo Tem Nome/Anna
Direção: Luc Besson
Duração: 119 minutos
PaÃs de Produção/Ano: EUA/França, 2019
Elenco: Sasha Luss, Luke Evans, Helen Mirren, Cillian Murphy
Distribuição: Paris Filmes