No Festival de Cinema de Tribeca 2018, idealizado por Robert de Niro para reconhecer e valorizar a produção independente, o filme de estreia na ficção do documentarista Kent Jones recebeu três prêmios: roteiro, narrativa de longa-metragem e fotografia. Martin Scorsese é um dos produtores executivos.
Diane, interpretada por uma soberba Mary Kay Place (Simplesmente Complicado), é uma idosa ativa, solidária, compassiva. Está sempre acompanhada ou cercada de pessoas, seja nas visitas ao filho dependente de drogas, à prima internada no hospital com câncer, aos familiares e amigos, ou em trabalhos comunitários que realiza na cidade.
O diretor imprime um tom respeitoso, carinhoso, mas também realista e detalhista para apresentar a vida dessa mulher que encontra nas boas ações o antídoto para o silêncio, a solidão, a rotina e as perdas da maturidade numa pacata, gélida e cinzenta cidade do interior. Diane não pede nada em troca, mas ninguém é feito tão de ferro assim. O conflitos com o filho Brian (Jake Lacy, de Como Ser Solteira), com um erro do passado e o cansaço de quem não se perdoa jamais começam a vir à tona.
É a inexorável passagem do tempo a matéria prima de A Vida de Diane. Tanto Diane como os personagens que a cercam são aprendizes - talentosos ou desastrosos - da arte de viver o seu próprio tempo, algo que as anotações confessionais no diário da protagonista revelam com certa amargura. É este o sabor que o filme, discretamente, endossa, acompanhado de um alerta inevitável: adoçá-lo é tarefa de cada um, em seu próprio tempo.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: A Vida de Diane/Diane
Direção: Kent Jones
Duração: 95 minutos
PaÃs de Produção/Ano: EUA, 2018
Elenco: Mary Kay Place, Jake Lacy, Estelle Parsons, Andrea Martin, Deirdre O Connell, Joyce Van Patten
Distribuição: Supo Mungam