A Maldição da Chorona

O gênero terror já tem um público cativo no cinema e não é de hoje. Contudo, de uns anos para cá, uma nova parcela de espectadores entrou para o grupo, “vítimas” de uma estratégia certeira de alguns produtores. Criador do sucesso Jogos Mortais (2004), que virou franquia, o malaio James Wan se tornou sinônimo de obras que exploram o medo e, em especial, o susto, sem exagerar no orçamento e obtendo resultados satisfatórios. Agora, se A Maldição da Chorona vai fazer os executivos sorrirem, só o tempo e você espectador dirão.

Anna (Linda Cardellini) trabalha no Conselho Tutelar e, na condição de viúva, enfrenta algumas barras para cuidar sozinha dos dois filhos pequenos. Ao retomar um antigo caso, ela se depara com os filhos de Patricia (Patricia Velasquez) presos em um armário e conclui tratar-se de maus tratos. Afastadas da mãe, as crianças são aterrorizadas por uma entidade e acabam mortas. Inconformada, Patricia fala da maldição e coisas sinistras acontecem com a família de Anna, que dá início a uma corrida contra o tempo na medida em que os filhos passam a sofrer com a presença maligna em suas vidas.

Inspirado em uma lenda urbana latino-americana, conhecida como A Mulher Que Chora, a trama conta sobre um antigo espírito que lamenta a perda dos filhos e os quer de volta, no mundo dos vivos. Parte integrante do bem-sucedido universo de Invocação do Mal, composto ainda por Annabelle e A Freira, o roteiro explora essa conexão de maneira superficial, inserindo na história o padre Perez (Tony Amendola), visto no filme da boneca demoníaca. Escrito por profissionais inexperientes no segmento, o mesmo tratamento é dado para dois temas interessantes: abuso infantil e a dupla jornada feminina. Estreia de um curtametragista na direção de um longa, The Curse of La Llorona (título original) se escora na fórmula dos jump scares, mas os sustos têm pouco impacto, devido a má preparação e execução de uma história pouco envolvente em termos de conteúdo e carga dramática.

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