A inglesa Melita Norwood tinha 87 anos em 1999, quando admitiu publicamente ter sido espiã da KGB por cerca de quatro décadas. Os documentos que entregou aos russos foram cruciais para a construção da bomba atômica pela então União Soviética. A convicção de que prestava um favor à paz mundial, ao descentralizar o poderio nuclear, é uma das questões a se debater na produção estrelada pela Dama Judi Dench.
Bem verdade, porém, que a veterana atriz aparece pouco e serve mais como um elo com o passado. A Espiã Vermelha é a adaptação do romance histórico de Jennie Rooney (à venda na Amazon e Cultura), que deu uma floreada na trajetória de Melita para criar a personagem Joan Stanley. Na versão para o cinema, quem a interpreta na juventude é Sophie Cookson (Kingsman: O Círculo Dourado).
A história começa em 1938, quando Joan era caloura de física na Universidade de Cambridge. É ali que a jovem ingênua se deixa encantar pelo alemão e comunista Leo Galich (Tom Hughes), e meio que por acaso começa a participar das reuniões do partido. Já formada, Joan vai trabalhar em um laboratório, como assistente do professor Max Davis (Stephen Campbell Moore), líder de um projeto secreto em andamento – nada menos que a bomba atômica.
Dirigido por Trevor Nunn (Noite de Reis), A Espiã Vermelha tem ritmo ágil e alterna o interrogatório da octogenária e viúva Joan com longos flashbacks, que remontam suas ações na espionagem e na seara amorosa. É mais um curioso capítulo da Segunda Guerra, e pensar que uma mulher ajudou a definir a nova ordem nuclear, que deu o tom à posterior Guerra Fria, torna a realidade ainda mais surpreendente.
Trailer
Ficha Técnica
TÃtulo: A Espiã Vermelha/Red Joan
Direção: Trevor Nunn
Duração: 101 minutos
PaÃs de Produção/Ano: Reino Unido, 2018
Elenco: Judi Dench, Sophie Cookson, Tom Hughes, Stephen Campbell Moore
Distribuição: California