A Espera de Liz

A opressão do masculino sobre o feminino é a base narrativa de A Espera de Liz, primeiro longa do ator e diretor Bruno Torres, em cartaz nos cinemas. É uma obra poética, que esmiuça o yin yang em uma trama bifurcada escrita por Torres em parceria com Simone Iliescu. Ela é Liz, a protagonista da primeira parte, ambientada na Serra Gaúcha. Em depressão pelo desaparecimento de Miguel, seu companheiro, Liz encontra apoio na irmã caçula, Lara (Rosanne Mulholland), durante o aniversário de casamento dos pais (Ingra Lyberato e Zécarlos Machado).

Lara será tanto a ponte do reencontro de Liz consigo mesma quanto com Miguel. E, sim, há um segredo nessa história. Na segunda parte, o próprio Torres interpreta Miguel, um cartógrafo em viagem pela Venezuela. Atormentado pela paixão e pela culpa, ele também enfrenta um redemoinho emocional. A Espera de Liz é um filme introspectivo, que dá voz ao silêncio. Em entrevista por Zoom com OQVER (veja a seguir), Torres revela o grave problema pessoal que quase o fez desistir do projeto, e afirma que interpretar Miguel foi uma forma de exorcizar a crise.

Como se não bastasse ser coautor do roteiro, atuar e dirigir, Torres assina a produção, das mais bem cuidadas. Para o público que se aventurar nessa viagem sensorial, vale reparar como locações, figurinos e cenários dão forma e cor ao estado de espírito dos protagonistas. O cineasta ressalta ainda a preocupação em realizar o filme dentro dos três pilares da sustentabilidade. “A Espera de Liz é socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto”, afirma. “Trouxemos o Teste de Bechdel para dentro da tela.” Confira nosso papo no vídeo abaixo

Ficha Técnica

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