Sua Melhor História

Quando há um filme ou a produção de um filme dentro do filme, o que é chamado de metalinguagem, o resultado costuma ser, no mínimo, interessante. Nesse caso, muito mais, já que os paralelos rompem a fronteira das telas para se alinhar nas fronteiras do cinema.

O filme dentro do filme de Sua Melhor História reencena o corajoso resgate dos soldados britânicos sob ataque mortal dos alemães em Dunquerque, na França, tema também da produção de Christopher Nolan, Dunkirk. São duas visões totalmente distintas, porém complementares, de um lendário episódio da Segunda Guerra.

A adaptação do romance de Lissa Evans pela roteirista estreante Gaby Chiappe foi acertadamente indicada ao Prêmio do Cinema Britânico Independente, já que é nela que estão sugeridas a originalidade, a consistência e a graciosidade da direção da cineasta dinamarquesa Lone Scherfig (Educação, Um Dia) no comando de um elenco iluminado, uma produção impecável e uma história complexa, melancólica, por vezes triste, mas também engenhosa e esperançosa.

Na Londres sob constante bombardeio, em 1940, Catrin (Gemma Aterton, de João e Maria: Caçadores de Bruxas) é uma funcionária do Ministério da Informação recrutada para escrever o roteiro de um filme-propaganda de guerra sobre duas irmãs simplórias, mas destemidas, que participaram, com o barco do pai, da Batalha de Dunquerque, em maio de 1940.

Mulher numa indústria de homens, Catrin cai no peculiar mundo do cinema sob a supervisão do experiente  e ranzinza roteirista Tom (Sam Claflin, de Como eu Era Antes de Você). Ela fica cara a cara com a fogueira das vaidades, em particular com egocêntrico ator Ambrose (Bill Nighy, de A Livraria).

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