Potiche - Esposa Troféu

François Ozon é um dos mais ecléticos cineastas franceses da nova geração. Faz filmes de estilos muito diversos, como a comédia Oito Mulheres, o suspense Swimming Pool, o romance Jovem e Bela e o drama Graças a Deus. Independente do gênero, quase todos levam o carimbo do diretor: o olhar fascinado sobre a figura feminina. Mas em Potiche – Esposa Troféu, Ozon se supera e coloca Catherine Deneuve (Feliz Aniversário) em um pedestal.

Nessa comédia deliciosa, ambientada em 1977, a estrela faz a esposa troféu do título: a dona de casa perfeita do industrial vivido por Fabrice Luchini (O Mistério de Henri Pick), mãe de um casal de filhos crescidos, que passa o dia à toa a cantar, escrever poesias e curtir a mansão da família.

O marido é um safado infiel e mesquinho, que entra em confronto com os operários da fábrica de guarda-chuva e, no auge da crise, sofre um enfarte e tem de se afastar da empresa. Quem assume? A esposa, claro, que vai provar ser muito mais que um “objeto de decoração”. Gérard Depardieu (A Chance de Fahim) é o prefeito, com quem a bela senhora tem um passado, e a química entre os dois astros sagrados do cinema francês responde pelos melhores momentos.

Cuidadoso com figurinos, trilha sonora e direção de arte, Ozon promove uma divertida viagem aos anos 70. Potiche é previsível, até datado, mas a energia do elenco é contagiante, o humor é perspicaz e Catherine está divina.

Ficha Técnica

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