O Peso do Passado

Sinceramente, Nicole Kidman não precisava de uma maquiagem tão pesada para ressaltar as noites mal dormidas, o descuido e o envelhecimento à base de sofrimento da personagem. 

Na abertura, a detetive Erin Bell examina uma cena de assassinato. Seus olhos voltam-se para tatuagens na nuca do morto, e ela insinua aos colegas que é capaz de solucionar o caso, mas vai embora sem dizer mais nada.

A diretora Karyn Kusama tem contado histórias de mulheres fortes – Boa de Briga (2000), Aeon Flux (2005), Garota Infernal (2009), com Michelle Rodriguez, Charlize Theron e Megan Fox, respectivamente. O Peso do Passado entra como o melhor da lista.

O enredo vai e vem no tempo e no final se revela mais engenhoso do que parece. No presente, Erin investiga o retorno de Silas (Toby Kebbell), líder da gangue em que se infiltrou no início da carreira. A seu lado tinha o parceiro – e amado – Chris (Sebastian Stan), que aparece nos flashbacks.

O caos ambulante em que Erin se tornou tem sua causa no desfecho dessa missão, um trauma que deixou sequelas também na relação dela com a filha, que cresceu rebelde (lógico) e está metida com um tipinho nada recomendável.

O Peso do Passado é um thriller digno, um tantinho longo, mas valorizado por uma Nicole Kidman hipnótica. Pode não ter sido indicada ao Oscar, mas o filme é dela.

Ficha Técnica

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