Mãe e Muito Mais

Mais um exemplar de dramédia estrelado por atrizes maduras, que parecem ter encontrado na programação da Netflix um nicho garantido para seus projetos. Tanto que as protagonistas de Mãe e Muito Mais assinam também a produção executiva do filme. As personagens de Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude), Angela Bassett (Pantera Negra) e Felicity Huffman (Olhos que Condenam) são amigas desde que seus filhos, também melhores amigos, brincavam no parque de diversão.

O filme foi adaptado do romance de William Sutcliffe, O Que Te Faça Feliz (à venda na Amazon). Tudo começa no Dia das Mães, quando Gilliam (Patricia), Carol (Angela) e Helen (Felicity), em vez de se lamentar pela ausência dos filhos, decidem visitá-los em Nova York, sem nem avisar antes. A diretora estreante Cindy Chupack, premiada produtora e roteirista de séries de sucesso como Modern Family e Sex in the City, parte daí para enfatizar tanto a relação mãe e filho quanto a sororidade. A diretora assina o roteiro em parceria com Mark Andrus, indicado ao Oscar por Melhor é Impossível (1997).

É assim que a viúva Carol vai descobrir que Matt (Sinqua Walls, 15h17: Trem Para Paris) é o maior bon-vivant, diretor de arte de uma badalada revista de celebridades que dorme cada dia com uma beldade. Gillian, a mãezona de Daniel (Jake Hoffman, O Lobo de Wall Street, o primogênito de Dustin Hoffman, e a cara do pai), encontra o filho morando no porão de um prédio, arrasado com o fim de seu longo namoro e sem terminar o romance que quer publicar. E Helen é muito bem-recebida pelo namorado de Paul (Jake Lacy, A Vida de Diane), que não tinha saído do armário para a mãe, na residência gay coletiva em que os dois moram.

Enquanto se aproximam dos filhos e dão um empurrãozinho em suas vidas, as mamães vão rever as próprias trajetória. Versão bem-humorada da síndrome do ninho vazio, o filme não almeja grandes voos. Apenas diverte, e ocupa o espaço aberto, sobretudo no streaming, para trazer a maturidade para o centro do palco de futuras produções. Para nós, brasileiros, uma dica: apurem os ouvidos, porque a trilha sonora é do paulistano Marcelo Zarvos (Extraordinário, Um Limite Entre Nós).

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