Meu Nome é Dolemite

Eddie Murphy foi o rei das comédias de ação nos anos 80, em filmes como 48 Horas e Um Tira da Pesada. Na década de 90, voltou a atrair público em comédias família nas quais encarnava inúmeros personagens – dessa época são Um Vampiro no Brooklyn e O Professor Aloprado. Em 2001 veio Shrek e Murphy arrancou elogios pela inspirada dublagem do Burro. Mas a verdade é que o ator passou os últimos anos meio encostado. O longa mais recente, Mr. Church, é de 2016 e nem estreou por aqui.

Eis que ele ensaia um retorno em grande estilo, com vários projetos engatilhados. O primeiro é a produção original da Netflix Meu Nome é Dolemite, e vem por aí Um Príncipe em Nova York 2, Triplets, que nada mais é que a continuação de Irmãos Gêmeos (1988), estrelado por Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito, e Um Tira da Pesada 4. Murphy começa resgatando uma figura notória da comunidade negra nos Estados Unidos dos anos 70.

Rudy Ray Moore (1927-2008) deixou o Arkansas determinado a virar astro de entretenimento. Cantava, dançava, fazia stand-up, mas não emplacava e se mantinha como gerente de uma loja de discos. Inspirado por um mendigo piadista, ele criou o alter ego Dolemite e um show com piadas de baixíssimo calão, com toda sorte de obcenidades narradas em rimas e ao gingado da música soul. Foi um escândalo entre os brancos e o maior sucesso entre os negros. Não à toa, Dolemite ganhou o apelido de “padrinho do rap”.

A trajetória até a fama, porém, é cheia de percalços. A entrada para o mundo do cinema, com uma produção blaxploitation de baixíssimo orçamento chamada Dolemite (1975), toma boa parte de uma narrativa quase sempre otimista. Eddie Murphy reúne um timaço em cena: Keegan-Michael Key, Mike Epps, Snoop Dogg, Chris Rock e o também sumido Wesley Snipes (foto acima), em uma participação hilária. Fique ligado nos créditos finais, que traz imagens reais do verdadeiro Rudy em Dolemite.

Ficha Técnica

Assista Agora!