Me Chame Pelo Seu Nome

Dá gosto ver o nome do Brasil na coprodução, representado pela RT Features de Rodrigo Teixeira (O Farol), de um dos mais premiados, elogiados e comentados filmes de 2017. Vencedor do Oscar e do BAFTA de melhor roteiro adaptado, com o texto envolvente e poético que o grande James Ivory (Retorno a Howards End) escreveu a partir do premiado romance homônimo de André Aciman. O próprio Aciman será parceiro do diretor Luca Guadagnino no desenvolvimento do roteiro da continuação, que já está confirmada. 

Me Chame Pelo Seu Nome é um esplendor de beleza e tessitura cinematográfica. Narra a corajosa, sensível e sensual história de amor entre o adolescente Elio (Timothée Chalamet, Um Dia de Chuva em Nova York) e o jovem acadêmico Oliver (Armie Hammer, Atentado ao Hotel Taj Mahal) no verão de 1983, na paisagem medieval, rural e deslumbrante da Lombardia, na Itália. É lá, numa casa de campo confortável, regada a conversas intelectuais, boa música, poesia, pomares e riachos, que o pai de Elio (Michael Stuhlbarg, esplêndido), professor e pesquisador da Antiguidade, recebe o bolsista norte-americano Oliver para uma temporada de pesquisas.

Elio está desabrochando para a paixão, o desejo e a sexualidade. Oliver é garboso, sedutor e cheio de si. E mesmo com as muitas diferenças entre eles, a sensibilidade e o amor vão aproximá-los inexoravelmente. É de uma época e de uma cultura de valores éticos e estéticos não tão distantes assim, mas aparentemente perdidas na curva do tempo e do conservadorismo global, que o diretor Guadagnino, com delicadeza e vigor, nos brinda com uma história de amor autêntica, livre e sem preconceitos. Salve!

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