Amante por um Dia

Não é qualquer diretor que pode contar com o roteiro do longevo e grande mestre Jean-Claude Carrière (A Insustentável Leveza do Ser), mas o veterano Philippe Garrel certamente pode, principalmente para fechar com chave de ouro e esplendoroso preto-e-branco sua trilogia do amor e da intimidade, após Ciúme (2013) e À Sombra de uma Mulher (2015).

Há relações e interrelações insuspeitadas na amizade entre a atormentada Jeanne (Esther Garrel, filha do cineasta), que volta para a casa do pai, Gilles, renomado professor de filosofia, e a despojada Ariane, atual mulher dele. Ambas têm os mesmos 23 anos e olhares opostos para a vida, o amor e a inquietude da juventude que o ponderado Gilles já deixou para trás.

Contornos líricos desenham a história desse triângulo afetivo ímpar para o desenrolar da trama, emoldurada por uma deslumbrante Paris dos anos 1960 ao fundo - captada pelas lentes experientes do suíço Roberto Berta (Adeus, Meninos). 

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