A Escolha

Erik tem 30 anos, é solteiro e trabalha em construção civil na Finlândia, onde a oferta de emprego é bem melhor que na Estônia, sua terra natal, siituada na outra margem do mar Báltico. Um dia ele recebe o telefonema da ex-namorada, Moonika. Imagina o choque quando vai vê-la no hospital e descobre que acabara de dar à luz sua filha, Mai. Tem mais: Moonika rejeita a proposta dele de criar junto a bebê, avisa que vai entregar a pequena para adoção e se manda.

Representante da Estônia no Oscar de Filme Internacional de 2019, A Escolha tem ecos de Uma Família de Dois, com o pai solteiro vivido pelo astro francês Omar Sy (Jornada da Vida), e também de A Criança, pérola dos irmãos Dardenne (O Jovem Ahmed) sobre um jovem casal sem nenhuma noção da responsabilidade que é ter um filho. Erik não abre mão e assume Mai sozinho, na esperança de que a reação de Moonika seja fruto de depressão pós-parto, e que ela volte atrás. A nova realidade inclui o retorno do protagonista para a Estônia e um período na casa dos pais, que acolhem filho e neta meio a contragosto.

É o primeiro longa de ficção da diretora e roteirista Liina Trishkina, mas seu olhar sobre os desafios desse pai de primeira viagem tem o distanciamento de seus trabalhos como documentarista. A câmera acompanha a rotina de Erik e Mai sem grandes dramas - mamadeira, troca de fraldas, banho, choro, passeio no parque, até aula de natação. As dificuldades, porém, estão todas estampadas na tela, da falta de dinheiro à vontade de relaxar e cair na farra.

O novato Reimo Sagor é bonito, carismático e assume o tom ponderado da cineasta sem perder a humanidade. Seu amor por Mai é genuíno e quando a trama avança três anos no futuro e coloca Moonika (Liis Lass) de novo em cena, o temor de perder a guarda da filha é comovente. São muitas as escolhas tomadas por esse pai coragem em A Escolha, e na última delas Erik faz a gente torcer muito.

Ficha Técnica

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