7500

No aeroporto internacional de Berlim, passageiros se preparam para embarcar em um voo para Paris. As câmeras de segurança acompanham o movimento na alfândega, na saída dos banheiros, na sala de espera e no Free Shopping. A bordo do avião, a comissária de bordo Gökce (Aylin Tezel) entra na cabine para conversar com o copiloto Tobias (Joseph Gordon-Levitt, Snowden: Herói ou Traidor). Eles falam sobre a creche do filho de 2 anos deles em Berlim, onde moram. A rotina segue em uma conversa trivial entre Tobias e o comandante Michael (Carlo Kitzlinger, ator que antes foi piloto de avião).

Logo após a decolagem, no entanto, tem início um violento sequestro por um pequeno grupo de muçulmanos com afiadas facas de vidro. O plano é eliminar os pilotos e derrubar o avião, depois de passar a mensagem de respeito à sua crença. Mas os pilotos reagem, conseguem fechar a porta e nocautear o único agressor que entrou na cabine. O comandante sucumbe aos golpes, e deixa Tobias sozinho e ferido. Ele estabiliza a aeronave, envia o código 7500, que anuncia o sequestro para a torre de controle, e é orientado a dirigir-se para Hanover, enquanto tripulação e passageiros são ameaçados de morte se ele não entregar o avião. 

Filiado ao subgênero de thriller que se passa no confinamento e no risco das alturas, em especial Voo United 93 (2006), 7500 é, antes de mais nada, um exercício estilístico do diretor e roteirista alemão Patrick Vollrath, em sua estreia em longa-metragem depois ser indicado ao Oscar de melhor curta por Tudo Ficará Bem (2015). É inegável a qualidade técnica da produção e seu rigoroso planejamento do jogo de planos, enquadramentos e iluminação, que a edição ressalta ainda mais no minúsculo espaço da cabine em que tudo acontece.

O diretor acerta mais quando se dedica ao suspense, com boas ideias como a chuva constante, o som insistente dos golpes na porta da cabine e a mínima tela pela qual Tobias (e nós) tem contato com o interior da aeronave. Mas ao voltar seu foco para a interação entre o protagonista e o caçula dos sequestradores, Vedat (Omid Memar), o filme perde intensidade pela placidez do roteiro. Quem segura as pontas até o final é Gordon-Levitt, mais conhecido por filmes leves como (500) Dias Com Ela e 50%, que aqui não deixa dúvidas de seu talento dramático.

Ficha Técnica

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