Tudo o Que Tivemos

Vencedora do Oscar de melhor atriz por Meninos Não Choram (1999) e Menina de Ouro (2004), Hilary Swank nunca mais repetiu o brilho desses filmes e tem levado uma carreira discreta – para não dizer medíocre e aquém do seu talento. Coisas de Hollywood... 

Mas eis que em Tudo o Que Tivemos ela tem um momento especialmente feliz. Escrito e dirigido pela estreante Elizabeth Chomko, esse drama familiar acerta o tom para falar de um assunto que poderia facilmente descambar para o dramalhão: o Alzheimer. A personagem de Hilary é uma chefe de cozinha na Califórnia que precisa voltar para Chicago, sua cidade natal, quando a mãe (Blythe Danner) some depois de sair de camisola na rua, sem avisar e no meio de uma nevasca. A doença está avançada e o impasse é que passo tomar.

O marido (Robert Foster) insiste que a esposa está bem, enquanto o outro filho (Michael Shannon) quer enviá-la para uma casa de repouso. A protagonista é o para-raio dessa tempestade doméstica, que joga luz sobre outras camadas da relação familiar e também da vida privada de cada um deles. A ligação entre os irmãos é especialmente tocante, marcada por uma afinidade que permanece intacta diante da distância e das desavenças – palmas aqui para Hilary e Shannon.  

E o que falar da matriarca? É doído ver a senhora consciente da perda da própria consciência. Entre a lucidez e a demência, a memória e o esquecimento, Blythe Danner (mãe da estrela Gwyneth Paltrow) encontra o equilíbrio para essa personagem que, no fim, é o grande elo de um clã desconjuntado. Que elenco!

Ficha Técnica

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