Raya e o Último Dragão

Pela primeira vez, a Disney faz uma estreia simultânea nos cinemas e no Disney+ Premier Access. É uma estratégia que deve agradar o público de cidades cujos cinemas estão fechados por conta da pandemia de Covid-19. Por R$ 69,90, e pelo tempo limitado entre 5 a 19 de março, os assinantes do Disney+ poderão ver e rever Raya e o Último Dragão quantas vezes quiserem, e a partir de 23 de abril o acesso não terá custos extras.

Confiança é o tema central da animação dirigida por Don Hall (Operação Big Hero) e Carlos López Estrada (Ponto Cego). Mais voltada ao espectador infantojuvenil, a história é sobre o fantasioso mundo de Kumandra, onde há 500 anos dragões e humanos viviam em harmonia. Até que monstros conhecidos como Drun promovem o caos, exterminam os dragões e transformam humanos em pedras. No presente, Kumandra se dividiu em diversas tribos, que vivem em pé de guerra. Raya é filha do líder de um dos reinos, e é traída por uma suposta amiga num confronto que traz os Drun de volta.

A missão da guerreira, cujo pai vira pedra, será encontrar o lendário Sisu, o último dragão, que pode dar fim aos monstrengos. O cenário é um dos diferenciais. O visual exuberante foi inspirado em paisagens do Sul da Ásia, de países como Tailândia, Vietnã e Filipinas. A cultura da região também está impressa na gastronomia e nas artes marciais da aventura. Esse entorno fortalece uma trama muito simples no estilo “caça ao tesouro”, e que tem o humor garantido pelo Tatu Bola gigante que transporta a protagonista e, principalmente, pelo dragão Sisu.

Com a voz original, as feições e a irreverência da atriz Awkwafina (A Despedida), Sisu salva o filme da mesmice. “Digamos que eu não seja o melhor dragão. Já fez um trabalho em grupo e tinha aquela criança que não fazia nada, mas ganhava a mesma nota?”, assim ela se descreve. Já Raya, desconfiada de tudo e de todos, vai precisar resgatar a fé no outro para salvar o mundo. Previsível e um tantinho longo, Raya e o Último Dragão é ok. Em compensação, o adulto que levar seus pequenos aos cinemas vai ter uma grata surpresa: o primoroso curta-metragem Juntos Novamente (Us Again), sobre um casal de terceira idade que se reconecta pela alegria de dançar. Vale a sessão. 

Ficha Técnica

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